Terremoto no norte do Chile teve pelo menos 20 réplicas
Santiago do Chile, 1 abr (EFE).- Ao menos 20 réplicas foram registradas após o terremoto de magnitude 8,2 na escala Richter que atingiu na noite desta terça-feira o norte do Chile e que até agora deixa um saldo de cinco mortos, vários feridos e danos em alguns imóveis e barcos pesqueiros, informaram as autoridades.
Segundo a página do Centro Nacional Sismológico da Universidade do Chile, a maioria das réplicas teve magnitudes superiores a cinco o que mantém em alerta os habitantes das cidades de Iquique, Antofagasta, Arica, Calama e muitas outras.
A maioria das pessoas se encontram em lugares afastados do mar depois que o Departamento Nacional de Emergências (Onemi, sigla em espanhol) decretou alerta de tsunami.
Em Iquique, a 1.857 quilômetros ao norte de Santiago, as ruas do centro estão cheias de cacos de vidro devido ao rompimento de muitas vidraças e janelas.
As emissoras de TV do país também reportaram a destruição de algumas casas de adobe e a interdição de algumas vias devido às rachaduras e aos deslizamentos de terra.
Um desses deslizamentos soterrou um automóvel, mas seus ocupantes conseguiram se salvar a tempo, segundo relatos da pessoa que os resgatou.
Em uma das enseadas de Iquique, pelo menos 140 embarcações pequenas foram destruídas pelas ondas, que chegaram a atingir um dos terminais de ônibus.
Muitas pessoas informaram através das redes sociais que várias crianças se perderam de suas famílias durante o processo de evacuação.
As fotos de várias delas foram divulgadas na rede para que sejam localizados e levados até as delegacias ou entregues aos membros do Exército que já patrulham as ruas de Iquique.
O sismólogo e acadêmico da Universidade do Chile, Mario Pardo, afirmou que o terremoto de magnitude 8,2 ocorrido na região norte do país “poderia ser” o fenômeno telúrico que os especialistas esperavam para esse local.
“É um dos cenários possíveis, mas ainda não se pode dizer nada com certeza”, disse Pardo em declarações para a rádio “Bío-Bío”.
Por outro lado, o geógrafo Marcelo Lagos disse que “este não é o evento (sísmico) que esperamos”.
“É preciso estar alerta”, declarou Lagos em entrevista para a “Televisión Nacional”.
Os sismólogos classificaram grande parte do norte do Chile como uma “zona quente” para um grande terremoto, já que desde 1878 não se registra um tremor de grande magnitude nessa área.
Os especialistas trabalham com um intervalo de entre 70 e 100 anos para que um tremor de grandes proporções volte a atingir a mesma área, o que, nesse caso, também afetaria o sul do Peru.
O último grande terremoto seguido de tsunami no Chile aconteceu no dia 27 de fevereiro de 2010, de magnitude 8,8 na região central e sul do país, deixando 526 mortos, 800 mil desabrigados e mais de US$ 30 bilhões em prejuízos.
Desde o período colonial, o Chile teve pelo menos 80 terremotos, que somente nos últimos 60 anos causaram 40.718 mortes. EFE
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