“The New York Times” pede fim do embargo a Cuba em editorial em espanhol
Washington, 11 out (EFE).- O jornal “The New York Times” pediu neste sábado ao presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, que “reflita seriamente” sobre Cuba para “retomar relações diplomáticas” com esse país e “acabar com um embargo insensato”, em um editorial publicado em inglês e em espanhol.
Segundo o periódico, uma “mudança” na política americana em relação a Cuba “poderia representar uma grande vitória” para o governo de Obama, cuja popularidade está em um momento de baixa.
“Pela primeira vez em mais de meio século, mudanças na opinião pública americana e uma série de reformas em Cuba fizeram com que seja politicamente viável retomar relações diplomáticas e acabar com um embargo insensato”, argumenta o periódico nova-iorquino.
Estados Unidos e Cuba romperam suas relações diplomáticas em 1961 e Washington começou a aplicar o embargo econômico contra a ilha um ano depois, em 1962.
“Obama deve aproveitar a oportunidade para dar fim a uma longa era de inimizade e ajudar um povo (o cubano) que sofreu enormemente”, afirma o editorial.
De acordo com “The New York Times”, embora o governo “autoritário” da ilha “continue perseguindo dissidentes”, em anos recentes “libertou a maioria dos presos políticos que estavam há anos atrás das grades”.
O jornal citou também as reformas econômicas iniciadas pelo presidente Raúl Castro e a flexibilização das restrições de viagens para os cubanos.
“O processo de reformas foi lento e houve revezes. Mas em conjunto estas mudanças demonstram que Cuba está se preparando para uma era pós-embargo”, assinalou.
“The New York Times” registrou, além disso, que através dos anos “vários líderes americanos concluíram que o embargo foi um fracasso” e que a geração de cubanos no exílio que o defende “está desaparecendo”.
“Retomar relações diplomáticas, para o qual a Casa Branca não precisa de respaldo do Congresso, permitiria aos Estados Unidos ampliar áreas de cooperação nas quais as duas nações já trabalham conjuntamente”, como a regulação dos fluxos migratórios e as operações marítimas.
O periódico reconhece que, “dada a quantidade de crise em nível mundial, é possível que a Casa Branca considere que mudar substancialmente a sua política em relação a Cuba não é uma prioridade”.
Mas, acrescenta, um “aproximação” à ilha “ajudaria a melhorar as relações dos Estados Unidos com vários países da América Latina e a impulsionar iniciativas regionais que sofreram como consequência do antagonismo entre Washington e Havana”.
A Casa Branca não confirmou se Obama vai participar no próximo ano da Cúpula das Américas no Panamá, país que já anunciou sua intenção de convidar Cuba para a reunião.
“Tem que fazê-lo. E deveria vê-lo como uma oportunidade para fazer história”, concluiu “The New York Times”. EFE
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