Tibetana se imola em protesto contra demolições e realojamentos forçados

  • Por Agencia EFE
  • 05/09/2015 08h40

Pequim, 5 set (EFE).- Uma mulher tibetana se ateou fogo no noroeste da China em protesto contra as políticas de Pequim nas áreas tibetanas para realojar nômades e demolir casas, informou neste sábado a organização Campanha Internacional pelo Tibete.

Tashi Kyi, de 50 anos e mãe de quatro crianças, se imolou e morreu no dia 27 de agosto em sua casa em um assentamento nômade na região tibetana da província de Gansu, segundo a organização em defesa desta etnia.

A mulher, próxima de um proeminente monge exilado em 2008 e cuja família suportou desde então um forte controle do governo, decidiu atear fogo em si mesma depois que uma centena de funcionários chegaram com máquinas para demolir seu imóvel.

Segundo fontes tibetanas consultadas pela organização, quando outros moradores protestaram pela demolição, as autoridades detiveram um tibetano e lhe agrediram.

Apesar das tentativas dos vizinhos em apagar as chamas da mulher, Kyi morreu poucas horas após atear-se fogo e o governo por enquanto retém seu corpo.

No Tibete e em áreas tibetanas de províncias e regiões chinesas próximas, o governo chinês exige que os nômades abandonem seus costumes e se transfiram a novas colônias criadas em povoados ou perto deles, onde as autoridades podem ter um maior controle sobre estes cidadãos e seu estilo de vida, explicou a organização.

Com essa imolação, já são 143 as mortes deste tipo que acontecem no Tibete ou em áreas tibetanas da China desde 2009 em protestos contra a repressão do regime de Pequim, segundo dados de Campanha Internacional pelo Tibete. EFE

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