Tiroteio levanta debate sobre porte de armas e influencia corrida eleitoral

  • Por Jovem Pan
  • 12/06/2016 13h14
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EFE Polícia identifica atirador que matou ao menos 20 pessoas em boate nos EUA - EFE

Na madrugada deste domingo (12), um atirador matou cerca de 50 pessoas e feriu 53 em uma boate em Orlando, na Flórida (EUA). O caso, que é investigado pelas autoridades locais como um ato terrorista, levantou o debate acerca da posse de armas e a influência na corrida eleitoral para a presidência.

Em entrevista à Jovem Pan, o professor do Instituto de Relações Internacionais da UNB, Alcides Costa Vaz, afirmou que o incidente, em relação ao porte de armas, é bastante controverso. “Porque de um lado há a apresentação da dimensão de segurança pública e de outro a de interesses econômicos”, disse.

O jornalista residente em Orlando, Sérgio Lima, lamentou o ocorrido e contou que isso “é exatamente o oposto” do que as pessoas vivem no local. “Você acorda com uma notícia dessa, fica todo mundo um pouco chocado. Parece que nao é aqui”, contou.

Também falando à Jovem Pan, o professor de Relações Internacionais da Faap falou sobre uma possível relação do ato com grupos terroristas. “O Estado Islâmico tem incentivado a ação de lobos solitários nos Eustados Unidos. Parece que está normal, mas aconteceu uma coisa grave”, disse Marcos Vinicius de Freitas.

O foco nos Estados Unidos estava quase que inteiramente voltado à corrida pela presidência, mas o ato, que vitimou mais pessoas depois do 11 de setembro, também pode mobilizar o discurso dos candidatos.

Para Freitas, o candidato republicano, Donald Trump, tem esse momento para reafirmar sua forte posição contra o terrorismo. Já se o país deveria mudar sua postura em relação a atos terroristas, o especialista declarou que a sociedade americana “enfrenta isso há muitos anos”. Segundo ele, “existe o elemento comum para criar insegurança coletiva e propagar o medo e o terror”.

Relato de moradores da região

O brasileiro administrador de empresas residente em Orlando contou que o ambiente na região é de consternação. “A gente foi pego de surpresa. A gente acha que isso nunca vai acontecer perto da gente. Foi o maior mass shootign da história dos Estados Unidos”, lembrou Andrei Batista.

Segundo seu relato, os hospitais contam com filas para doações de sangue aos mais de 50 feridos do tiroteio. Sobre o local, Batista disse que pode ser comparada à Avenida Paulista, em São Paulo: “é o coração da cidade de Orlando”.

O estudante brasileiro Luciano Dias, mora a cerca de dez minutos do local e disse à Jovem Pan estar “em choque”.

“A gente não imagina que isso vá acontecer. Estou esperando notícias de amigos em comum. Tenho um amigo que trabalha na boate e não consigo contato com ele. Estamos em pânico aqui”.

Luciano Dias disse não ter coragem de ir até o local para obter mais informações e lamentou a falta de segurança. “Como a gente pode ver, a gente nunca está seguro”.

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