Trabalhadores fazem paralisação em São Paulo contra venda de ativos da Petrobras
Os petroleiros fazem nesta sexta-feira (24) mobilização contra a venda de ativos da Petrobras e as mudanças no modelo de exploração do pré-sal. De acordo com o Sindicato Unificado dos Petroleiros de São Paulo (Sindipetro), o movimento conseguiu paralisar todas as unidades de produção no estado.
A coordenadora-geral da entidade, Cibele Vieira, disse que desde a meia-noite de ontem (23), estão paradas as refinarias de Paulínia, Mauá, Santos e Cubatão e os nove terminais da Transpetro. Segundo Cibele, em todo o país, houve ações semelhantes.
Para Cibele, a empresa tem de buscar outras formas de superar a crise. “A Petrobras tem, de fato, uma dívida grande, mas porque é uma das empresas que mais investem no mundo, porque é a petrolífera que mais descobre petróleo. É um endividamento bom”, afirmou.
De acordo com ela, a venda de bens da empresa, prevista nos planos apresentados para reduzir o endividamento da companhia, não é a melhor opção. “Diminuir o investimento temporariamente é uma coisa, agora, desfazer-se da estrutura é outra coisa, completamente diferente.”
Segundo a sindicalista, uma das soluções é aumentar a participação da Petrobras na exploração do petróleo da camada pré-sal. “O governo, um tempo atrás, fez capitalização da empresa usando o pré-sal. Por que, ao invés, de tirar a Petrobras do pré-sal, ele não passa mais poços do pré-sal para a Petrobras, e com isso aumenta o valor da empresa e diminui a relação entre dívida e patrimônio?”, questionou Cibele.
Em tramitação no Congresso Nacional, o Projeto de Lei 131/2015, do senador José Serra (PSDB-SP), revoga a participação obrigatória da Petrobras na exploração e produção de petróleo do pré-sal. Pela legislação atual, aprovada em 2010, a estatal deve participação de pelo menos 30% da exploração e produção em cada licitação.
A Petrobras informou, em nota, que “as atividades da empresa estão dentro da normalidade, sem prejuízo à produção”. Porém, a empresa ressaltou que foram registrados bloqueios na entrada de empregados, o que gerou atrasos e corte da rendição de turno em algumas unidades.
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.