Trabalho análogo ao de escravo é encontrado na produção da Renner
Trabalhadores que costuravam peças para a Renner em condições degradantes deixaram a oficina na zona norte da capital paulista. Investigações do Ministério do Trabalho, Defensoria Pública da União e do Ministério Público do trabalho levaram três meses. Os 37 bolivianos eram operários da oficina também boliviana Letícia Paniágua, que fazia serviços para duas fornecedores da Renner.
As indústrias brasileiras Kabriolli e Betilha recebiam o material produzido em jornadas de trabalho exaustivas, que ultrapassavam as 16 horas. O pagamento era retido, entregue em forma de vale ou em pequenas partes, de R$ 100 a R$ 200.
A auditoria fiscal do Ministério do Trabalho em São Paulo descreveu a situação dos alimentos dentro dos alojamentos como repugnantes. “A questão da alimentação dos trabalhadores é algo que causou repugnância na auditoria. Alimentos vencidos, deteriorados, servidos com insetos, com baratas, fios de cabelos”, diz Luis Alexandre de Faria.
A principal prova que ligou a oficina à Renner foram os projetos de roupas feitas em São Paulo, que estava na matriz da empresa em Porto Alegre.
A Renner publicou um comunicado em jornais de circulação nacional dizendo que se colocou ao lado do Ministério do Trabalho quando foi notificada. Foram lavrados 30 autos de infração que totalizam R$ 2 milhões em multas que serão cobrados da Renner.
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