Transporte na palma da mão: como os aplicativos ajudam a população

  • Por Jovem Pan
  • 10/08/2016 19h39

Faixas exclusivas serão ativadas quando houver algum tipo de interrupção no trânsito

Divulgação/SPTrans Ônibus na Avenida Paulista - SPTrans

Todos os dias, milhões de brasileiros precisam ir para algum lugar. Para a escola, para o trabalho, para o lazer e para a casa. Os carros e os trens podem até ter mudado um pouco nos últimos anos, mas a grande revolução dos transportes está na palma da mão das pessoas.

É uma manhã de sexta-feira tranquila na linha dez Turquesa da CPTM e a enfermeira Maura Fernanda Guion volta de um plantão; moradora de Santo André, ela vai até Pinheiros pegando três composições diferentes entre o sistema de trens e metrô.

Hoje está tudo bem, mas se a situação aperta e a condução demora, ela procura a resposta no celular. “Já fui avisada por anúncio de greve, paralisação, essas coisas sempre foi pelo aplicativo”, disse a enfermeira.

Ela está longe de ser a única pessoa a fazer isso; seja pelos aplicativos das próprias companhias como pelas redes sociais.

O perfil Diário da CPTM dá várias informações sobre a situação das linhas e das composições, tanto dos trens, como do Metrô. São mais de cento e cinquenta e cinco mil pessoas compartilhando o que acontece no mural e nos tweets.

Um dos responsáveis pela manutenção do perfil nas redes sociais é o administrador de condomínios Willian Moreira. Numa viagem do caminho diário dele, entre a Luz e Itaquera, ele conta que a página já deu mostras de que faz a diferença de fato na vida das pessoas.

“Acho que faz. Acho não, tenho certeza que faz. Porque muitos chegam a dizer pra gente “po, obrigado, a informação de vocês ajuda a gente a se programar. Vou mudar meu caminho. Vou sair mais cedo.””, afirmou Moreira.

A chefe de relacionamento com o usuário do Metrô, Cecília Guedes, confirma que para os órgãos oficiais o jogo também mudou.

“Isso foi crescendo porque na rede social você tem que dar uma resposta imediata. São milhões de olhos que estão nos ajudando”, contou Guedes.

A inovação para quem anda de ônibus vem por meio de aplicativos que indicam a hora exata que o coletivo vai passar no ponto e avisam o passageiro pelo celular. O diretor de tecnologia da desenvolvedora Cittati, César Olmos, diz que isso não traz apenas pontualidade, mas segurança.

“O cara que tem que sair de noite, ele vai sair às 11h da noite na faculdade e ele tem que ir pra um ponto que é em um lugar deserto. Esse cara, quanto menos tempo ele conseguir ficar na rua, mais seguro pra ele é”, disse o diretor de tecnologia da Cittati.

Outro aplicativo de transporte por ônibus é o Moovit, que também tem as informações sobre as linhas e é alimentado por usuários. É o caso do assistente administrativo Vítor Rodrigo Dias, de trinta e um anos, que adicionou várias informações sobre as linhas de Minas Gerais.

“Eu tratei os dados de Belo Horizonte, depois também os da região metropolitana e to com mais dois projetos para serem lançados, que é o do Vale do Aço, que é Grande Ipatinga, e a cidade de Passos, no centro-oeste de Minas”, contou o assistente administrativo.

E quem anda de carro conhece bem essa voz. O Waze se tornou presença obrigatória nos automóveis. A gerente de produto Alessandra Marcondes, de vinte e sete anos, dirige só há quatro meses. Além das orientações de caminho, ela confia na precisão de tempo.

“Outro dia eu tinha uma reunião lá na Berrini, em uma sexta-feira, no final da tarde. Como é que eu ia saber com quanta antecedência que eu tinha que sair de São Caetano pra chegar na Berrini? Coloquei no Waze e ele me deu certinho o horário que eu precisava sair”, explicou a gerente de produto.

Só em São Paulo, são três milhões de usuários ativos. Muitos deles contribuem diretamente com informações para ajudar outros motoristas. O representante do Waze Paulo Cabral revela que mesmo quem não insere qualquer informação no painel, também ajuda a coletividade.

“Pelo simples fato de você estar navegando, a gente consegue captar anonimamente velocidade média, localização, pra dar as melhores rotas para os outros usuários na região”, contou Cabral.

Os aplicativos transformaram completamente a relação com uma outra forma de transporte. Você ainda chama um táxi? Chama por aplicativo? Ou prefere o Uber? A questão tomou de assalto as principais cidades do mundo. Não foi diferente aqui no Brasil. Confira a batalha em torno do Uber no próximo capítulo da série “Transporte na palma da mão”.

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