Transporte na palma da mão: moto-táxi e até helicóptero é possível solicitar; confira

  • Por Jovem Pan
  • 12/08/2016 18h29
Divulgação/Uber Helicóptero Uber

Pedir um táxi, um carro particular, reservar uma bicicleta, consultar se o ônibus está chegando… Estas tarefas já se tornaram corriqueiras para quem utiliza os aplicativos de transporte. A evolução dos serviços chegou aos céus e voar também passou a estar ao alcance dos dedos, como conta o estudante Steven Holanda, de 19 anos.

“Não teria um jeito mais simples do que chamar um helicóptero pelo aplicativo, coisa do celular que a gente já está acostumado a utilizar todos os dias. E eu acho que, realmente, coisas desse tipo têm que ser apoiada. Fazer um passeio de helicóptero já era uma coisa distante, agora, utilizar o helicóptero como meio de transporte…”, disse Holanda.

Em junho, o Uber ofereceu, em regime de testes, um serviço que disponibilizava aeronaves para usuários do aplicativo a preços mais populares. A empresa avalia a implantação permanente desta modalidade no país. Voltando ao chão, os aplicativos de transporte começam a resolver pequenos problemas do dia-a-dia. Até o mês passado, para estacionar o carro em São Paulo, o motorista tinha que recorrer aos velhos talões da Zona Azul. Hoje, a compra foi digitalizada e em breve, será possível saber até onde há vagas disponíveis, como revela o diretor de planejamento da CET, Tadeu Leite Duarte.

“Antes nós estávamos trabalhando só com o papel, que realmente é uma dificuldade. O aplicativo, a facilidade dele em liberação, num primeiro momento, ele já agiliza e facilita a gente a organizar. E, no futuro, por que não a gente ter também controle nas vagas efetivamente por indicação? E aí você pode ter até aquela oportunidade de você estar saindo da sua casa e você já saber se a sua vaga está lá ou não te esperando”, explicou o diretor da CET.

Ainda pouco difundido nas maiores cidades do país, um aplicativo tem atraído cada vez mais usuários na região Nordeste por disponibilizar um serviço não autorizado em muitos estados: o mototáxi. O sócio-criador do T81, Josival Melo Júnior, entende que a demanda deve crescer.

“Transporte por motocicleta fica 60% mais barato do que o transporte por táxi. Existe uma gama de pessoas que envolve também a parte financeira, envolve um atraso, uma pessoa que quer uma certa brevidade pra chegar. E não existem aplicativos que reunam os motociclistas”, contou Josival.

Aplicativos ligados à mobilidade surgem todos os dias e um deles facilita a locomoção não do usuário em si, mas de outras pessoas. Apoiado na expansão da economia colaborativa, o Fleety possibilita a donos de automóveis alugarem os próprios carros a terceiros. Para o empresário Fernando Bardusco, o serviço representa uma nova fonte de renda.

“Eu consigo tirar um dinheirinho nisso. Eu não tô usando o fim de semana, eu vou e alugo. Pra mim é fantástico, porque o gasto com o carro, eu fiz as contas recentemente, quando eu trabalhava com logística, eu era representante de transportadora. Eu gastava, em média, um tanque e meio por semana, mais pedágio, mais IPVA, mais seguro. Eu fiz as contas, eu gastava, em média, R$ 1300, R$ 1400 com o carro”, disse Bardusco.

Os smartphones tem possibilitado avanços que representam muito para cerca de um quarto da população brasileira. O deficiente visual Celso Bianchi, de 28 anos, explica.

“Eu consigo me comunicar com pessoas que, se fosse antigamente quando não tinha o sistema de leitura de tela no celular, eu teria que pedir pra alguém vir e digitar pra mim a mensagem de texto pra eu poder enviar para a pessoa. Hoje eu consigo fazer isso com total autonomia”, contou o Bianchi.

Voltados também à questão da deficiência, os aplicativos de transporte conseguem traçar rotas e resolver problemas do cotidiano de quem não pode enxergar. O “CittaMobi Acessibilidade” foi criado pelo programador Luiz Eduardo Porto Mariz, de 48 anos, que também é deficiente visual. Ele permite que os cegos saibam quando os ônibus chegam ao ponto.

“Se eu sei que meu ônibus vai demorar 40 minutos pra chegar, eu fico em casa. Quando estiver faltando cinco minutos, ou dois, três minutos, pra chegar no ponto, eu desço, vou pro ponto e pronto, já chego junto com o ônibus”, afirmou o programador.

Porém, não adianta apenas conseguir chegar a um lugar. Muitos estabelecimentos não têm estrutura para receber um deficiente. Por isso, o aplicativo “Biomob” foi criado para listar locais acessíveis e atender principalmente portadores de deficiência física, como conta o criador do serviço, Valmir de Souza.

“Uma rampa facilita a vida de muita gente, um corredor largo facilita a vida de muita gente, um banheiro com acessibilidade também facilita muito, então o importante é que a gente disponibilize essa informação pro público de uma forma geral”, disse o criador do aplicativo.

Luciana Trindade, de 37 anos, é cadeirante há 19 e ressalta como este tipo de aplicativo pode mudar a vida de um deficiente.

“Ah, vou encontrar com as minhas amigas num restaurante. E chega lá no restaurante tem escada, ou tem um degrau, ou o banheiro não ser acessível. É frustrante. É um problema que eu pelo menos não quero ter. É uma frustração, uma sensação de impotência. É ruim. Um sentimento ruim. Não é legal”, explicou Trindade.

Durante os quatro capítulos desta reportagem, ouvimos como a vida de todas as pessoas ligadas à cadeia do transporte mudou por causa dos dispositivos móveis. Também pudemos perceber como o ritmo da inovação é frenético e supera a velocidade do que era esperado. A mobilidade está na ponta dos dedos.

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