Trégua em Gaza chega ao segundo dia e negociações avançam no Egito
Jerusalém, 12 ago (EFE).- Israel e as milícias em Gaza cumprem a segunda jornada do cessar-fogo de 72 horas decretado ontem, enquanto representantes de ambas as partes continuam negociando no Egito, onde segundo a imprensa local foram alcançados progressos.
A delegação israelense retornou ontem à noite ao país para consultas com o primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e o ministro da Defesa, Moshe Yaalon, que estão conduzindo a negociação de maneira pessoal. Hoje mesmo, no entanto, voltaram para o Cairo.
O gabinete de segurança israelense tinha previsto se reunir hoje em Jerusalém, pela primeira vez em uma semana, para conhecer os detalhes das conversas que se desenvolvem no Cairo, destinadas a conseguir um cessar-fogo estável entre Israel e os grupos armados em Gaza.
Esta será a primeira ocasião que os ministros do Executivo israelense terão para escutar em que ponto estão as negociações.
Por enquanto, e apesar de nenhuma das partes em conflito se pronunciar sobre a possibilidade de que se alcance um acordo antes do fim da atual trégua na quinta-feira, a imprensa local afirma com base em fontes oficiais que na maior parte dos pontos as posturas se aproximaram.
Desta forma, Israel poderia ampliar o perímetro marítimo no qual autoriza a pesca em Gaza de três para seis milhas náuticas, e se as condições de segurança permitirem no futuro inclusive para 12 milhas, como pede o Hamas, informou hoje o jornal “Haaretz”.
As restrições para a bloqueada Gaza também poderiam ser aliviadas por parte de Israel, apesar de não ficar claro ainda se o país levantará o bloqueio completamente como exigem as facções palestinas.
O pagamento dos salários dos funcionários do Hamas, outra das questões pendentes, também estaria perto de um acordo, mas Israel exige que a transferência seja supervisada por uma terceira parte que não seja o Catar.
O jornal digital “Ynet” afirma que existe um acordo em que Israel autoriza a entrada de materiais de construção em Gaza, embora sob uma estrita supervisão, e que dobrará o número de caminhões que entram na Faixa de Gaza através da passagem de Kerem Shalom.
Por enquanto, a construção de um porto e aeroporto em Gaza continua sendo um dos pontos de atrito.
Israel rejeita essa exigência com o argumento de que essas questões devem fazer parte de uma solução política ao conflito entre israelenses e palestinos.
Sobre a libertação de presos, Israel teria aceitado libertar a aqueles que foram detidos novamente nestes meses e que tinham sido postos em liberdade em 2011 em virtude de uma troca de presos pelo soldado israelense Gilad Shalit.
No entanto, o governo israelense rejeitou deixar em liberdade o última rodízio de presos exigido pela Autoridade Nacional Palestina (ANP) nas negociações auspiciadas pelos EUA e concluídas em março, que são cerca de trinta presos desde antes dos Acordos de Oslo (1993). EFE
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