Trégua humanitária chega ao fim no Iêmen sem indícios de um acordo de paz

  • Por Agencia EFE
  • 17/05/2015 16h44
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Sana/Riad, 17 mai (EFE).- A trégua humanitária de cinco dias no Iêmen terminou neste domingo sem que se vislumbre uma saída ao conflito, coincidindo com um encontro de vários grupos iemenitas em Riad para tentar retomar as complicadas negociações.

Nesse fórum, no qual não estão representados os rebeldes houthis, o enviado especial da ONU para o Iêmen, Ismail Ould al Sheikh Ahmed, pediu às partes envolvidas no conflito que renovem por outros cinco dias a trégua humanitária, que entrou em vigor no último dia 12.

Durante a conferência, Ahmed destacou que o cessar-fogo “deve continuar e pôr fim a toda violência” e sugeriu a realização de um encontro que não exclua nenhum lado para dar uma saída à crise.

A Arábia Saudita e os rebeldes iemenitas houthis estabeleceram uma trégua de cinco dias, que entrou em vigor na noite de terça-feira, que não serviu nem para distribuir a ajuda humanitária necessária nem para deter totalmente a violência.

O emissário internacional da ONU instou todos os envolvidos a que “garantam o envio de ajuda das organizações humanitárias para todos os necessitados”.

Paralelamente ao diálogo, que continuará até terça-feira, no sul do Iêmen voltaram a ocorrer enfrentamentos entre os rebeldes houthis, apoiados por forças leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, e milicianos tribais ligados ao atual presidente, Abdo Rabbo Mansour Hadi.

Em Sana, um caça da coalizão liderada pela Arábia Saudita sobrevoou o espaço aéreo horas antes da conclusão do cessar-fogo, mas sem efetuar nenhum ataque.

Além disso, a última jornada da trégua esteve salpicada, como as anteriores, por denúncias sobre violações do cessar-fogo.

Vários meios de comunicação controlados pelos rebeldes houthis, como a rede de televisão “Al Masira”, acusaram Riad de lançar 20 mísseis contra a área de Al Hasama, na província de Saada, bastião dos houthis e fronteiriça com a Arábia Saudita.

De Riad, Mansur Hadi voltou a denunciar que os houthis atacaram alvos civis e insistiu que a vitória será do seu lado.

“Sairemos vitoriosos e recuperaremos nossa pátria”, disse Hadi, que está em Riad desde o último mês de março, quando fugiu do Iêmen perante o avanço dos insurgentes.

O líder pediu também à comunidade internacional que envie ajuda humanitária ao Iêmen de forma “urgente” e que apoie ao país também depois do conflito para reconstruí-lo.

Além disso, solicitou à ONU que garanta o cumprimento da resolução contra os houthis e o respeito da legitimidade e dos resultados do diálogo nacional iemenita.

O encontro de Riad, realizado sob o lema “Para salvar o Iêmen e construir um Estado federal”, conta com a participação de 400 personalidades.

Entre os responsáveis internacionais, além do enviado da ONU, estão presentes o secretário-geral do Conselho de Cooperação do Golfo (CCG), Abdel Latif al Ziani, e o vice-secretário da Liga Árabe, Ahmed ben Heli.

O representante da ONU para o Iêmen reforçou que “não há solução sem negociações que incluam a todas as partes”, e propôs a realização de uma nova conferência que “inclua todas as partes para reativar a resolução da ONU e o processo político”.

Por sua parte, Ziani, secretário-geral do CCG, principal forjador da aliança contra os houthis, reiterou o respaldo de sua organização ao Iêmen.

Segundo Ziani, a coalizão árabe, que começou sua ofensiva contra os rebeldes em 26 de março, “alcançou os objetivos de eliminar o arsenal dos houthis e impôs um estrito cerco marítimo e aéreo” sobre eles.

Além disso, Ziani reforçou seu apoio ao novo especial da ONU e pediu “o reatamento do processo político do Iêmen sobre a base da iniciativa do CCG (que permitiu a transferência do poder)”, do ex-presidente Saleh a Mansur Hadi. EFE

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