Três estudantes são presos por resistência durante protesto em SP
Estudante é preso por não permitir liberação de faixa da Av. Dr. Arnaldo
Estudante é preso por não permitir liberação de faixa da Av. Dr. Arnaldo em protesto em São PauloTrês jovens foram presos por resistência e desobediência, enquanto a polícia tentava liberar o trânsito dissipando estudantes que protestavam contra a reforma escolar do Estado na manhã desta quarta (02) em São Paulo, capital.
Eles foram levados para 23º Distrito Policia, de Perdizes, e “serão provavelmente liberados por serem menores de idade”, diz o 1º tenente Diego Fernandes, do 4º batalhão da PM, que acompanhou o protesto que chegou a bloquear totalmente a Avenida Doutor Arnaldo, sentido Consolação, com a Rua Cardoso de Almeida, próximo à Avenida Paulista, na zona oeste. Cerca de 30 estudantes fecharam a via com cadeiras escolares. A avenida já foi completamente liberada. Às 9h35 os estudantes já tinham deixado local, todas as faixas da Av. Dr. Arnaldo estavam livres para a circulação dos carros e apenas duas viaturas da PM permaneciam no local – antes eram cinco.
Antes disso, o tenente garantiu que a Polícia Militar continuaria garantindo “a segurança tanto dos dos veículos quanto dos manifestantes que ficarem por aqui querendo fazer manifestação de forma pacífica”. Ele disse que não foram utilizados gás lacrimogênero ou munição de borracha. “Porém foram retirados alguns manifestantes à força das cadeiras, porém, dois deles que ficaram ajoelhados e não quiseram sair mesmo, mesmo com solicitações da Polícia Militar, foram detidos”, explicou.
“Fui estudante”
Diego Fernandes também expressou sua opinião pessoal: “Eu fui estudante de escola pública, participava de movimentos estudantis e sei muito bem o que eles estavam passando. Porém, como agente do Estado, eu não posso deixar que uma cidade pare por completo com manifestação de estudantes”, disse.
O tenente alegou que a via não poderia ser bloqueada totalmente, uma vez que na região encontra-se o Hospital das Clínicas, um dos maiores da América Latina. “Infelizmente não houve o acordo e nós tivemos que tirar alguns estudantes à força”, afirmou também, garantindo que todos os manifestantes foram “convidados” a sair. A ordem policial teria sido de “liberar pelo menos uma faixa”.
Por volta das 8h, os estudantes em São Paulo iniciaram essa nova manifestação contra a reorganização da rede escolar, fechando a avenida. O projeto, do governo do estado, fechará 93 unidades de ensino e afetará 311 mil alunos. O objetivo é separar as escolas por ciclos, entre os anos iniciais e finais dos ensinos fundamental e médio.
De terça
As quatro pessoas – dois adolescentes e um casal – detidas e encaminhadas durante os protestos de terça (1º) ao 78º Distrito Policial, nos Jardins, foram ouvidas e liberadas na madrugada desta quarta. Eles protestavam contra as mudanças e foram acusados de depredação, resistência e desacato.
Os 250 manifestantes bloquearam, nessa terça-feira (1º), o trânsito na Avenida 9 de Julho, na região central, durante três horas. A Polícia Militar informou que “precisou do uso da força” para liberar a via e, com isso, foram usadas bombas de efeito moral e gás lacrimogêneo contra os estudantes. O confronto ocorreu às 20h e, por volta das 2h30, a avenida foi liberada.
O governo de São Paulo já publicou, no Diário Oficial, o decreto que autoriza a transferência de professores para a implementação da reorganização escolar.
Com informações do repórter Jovem Pan Tiago Muniz
Dados de ontem da Agência Brasil
Foto do texto: Renato S. Cerqueira/Futura Press/Folhapress
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