Três grupos disputam autoria de atentado que deixou 57 mortos no Paquistão

  • Por Agencia EFE
  • 03/11/2014 06h41
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Islamabad, 3 nov (EFE).- Três grupos insurgentes reivindicaram a responsabilidade por um ataque suicida que deixou 57 mortos e 112 feridos na fronteira entre Paquistão e Índia, no posto de Wagah, publicou nesta segunda-feira a imprensa local.

O grupo Jundula, vinculado à Al Qaeda, e outros dois vinculados ao Tehrik-e-Taliban Pakistan (TTP), o principal grupo talibã do Paquistão, assumiram a autoria do ataque de ontem à noite no fim de uma cerimônia marcial realizada há décadas pelos dois países e que atrai um grande número de espectadores.

Segundo a versão oficial, um jovem de entre 18 e 22 anos detonou os explosivos que levava junto ao corpo no meio do público que se dirigia ao estacionamento no fim do evento, a cerca de 500 metros da fronteira.

Jundula foi responsável por um ataque que matou cerca de 80 cristãos em uma igreja da cidade paquistanesa de Peshawar em 2013, segundo o jornal “Express Tribune”.

Este grupo surgiu em 2004 com um ataque a militares paquistaneses e desde então aparece com pouca frequência.

O grupo Jamaat-ul-Ahrar, uma cisão recente do TTP, também reivindicou a autoria, segundo o jornal “Dawn”.

“Outros grupos reivindicaram a responsabilidade do ataque, mas suas reivindicações são infundadas. Publicaremos um vídeo com o ataque”, disse o porta-voz desta organização Ehsanula Ehsan.

“O ataque é uma vingança pela morte de inocentes no Waziristão do Norte”, manifestou o porta-voz, em referência à ofensiva que o exército lançou nessa região contra os insurgentes em meados de junho.

Outra facção do TTP reivindicou a ação e seu porta-voz, Abdullah Bahar, indicou que o atentado foi para vingar a morte do líder Hakimullah Mehsud em um ataque com drones americano ano passado, de acordo com o “Tribune Express”.

A morte de Mehsud e a escolha do mulá Fazlulá como seu sucessor provocou lutas internas, cisões e enfrentamentos entre várias facções do TTP, o guarda- criado em 2007 para agrupar as atividades dos grupos islamitas armados do país asiático.

O Paquistão sofre uma insurgência talibã e terrorista que só no ano passado deixou 2.500 mortos em 1.700 ataques.

Desde o começo da ofensiva militar no Waziristão do Norte, na qual morreram 1.100 insurgentes e 90 soldados, o número de ataques diminuiu 30%, segundo o Instituto de Estudos da Paz de Islamabad. EFE

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