Tribunal americano ordena que YouTube tire do ar vídeo que satiriza Maomé

  • Por Agencia EFE
  • 26/02/2014 21h44

Los Angeles (EUA.), 26 fev (EFE).- Um tribunal federal de apelações na Califórnia ordenou nesta quarta-feira que o Google retire do YouTube o vídeo “A inocência dos muçulmanos”, uma polêmica produção que satiriza Maomé e provocou violentas reações no mundo todo.

A decisão retificou a decisão de primeira instância de setembro de 2012 que atendeu ao pedido de uma das atrizes que participou da produção que provocou indignação da comunidade islâmica.

“A inocência dos muçulmanos” é um vídeo de 14 minutos distribuído no YouTube pelo criador, Mark Basseley, também conhecido como Nakoula Basseley Nakoula e Sam Bacile, que mostra o profeta Maomé como um mulherengo e o descreve como uma fraude religioso e abusador de menores.

O filme enervou aos fanáticos islâmicos, que causaram vários distúrbios em países do Oriente Médio.

A atriz Cindy Lee García foi aos tribunais para pedir que o vídeo fosse retirado por causa das consequências que teve em sua vida. Ela diz ter recebido ameaças de morte, que sua família a impediu de ver os netos e que foi despedida pelo receio dos seus chefes de serem vítimas de represálias.

A intérprete argumentou que foi a um “casting” para um filme chamado “Desert Warrior” (Guerra no Deserto, em tradução livre), que seria uma aventura histórica no deserto da Arábia, mas que os produtores tinham outras intenções que foram ocultadas do elenco.

Cindy explicou que o nome de Maomé nunca foi mencionado durante as filmagens e que não foi feita alusão a conteúdos sexuais como apareceram na tela.

O tribunal de primeira instância negou o pedido de Cindy porque o réu, Basseley, não estava representado. Ele permaneceu em paradeiro desconhecido até ser detido, uma semana depois da decisão de primeira instância.

Em segunda instância, a corte de apelações entendeu que Basseley extrapolou seu direito sobre o uso do material gravado até o ponto de cometer uma fraude com seus contratados na filmagem, com os quais fechou um projeto que serviria de fachada para suas verdadeiras intenções.

O Google se opôs à retirada do filme por entender que se trata de censura, o que atenta contra a liberdade de expressão, mas os tribunais decidiram que, neste caso, foi cometida uma infração contra a propriedade intelectual da atriz e que a lei de liberdade de expressão não está acima disso. EFE

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