Tribunal condena 71 pessoas à prisão perpétua por incêncio em igreja no Egito
Cairo, 29 abr (EFE).- Um tribunal egípcio condenou 71 pessoas à prisão perpétua nesta quarta-feira por incendiarem uma igreja e outros atos de violência ocorridos em agosto de 2013 na cidade de Kerdasa, ao sudoeste do Cairo.
Dois menores de idade foram sentenciados a dez anos de prisão neste caso, segundo informou a agência oficial egípcia “Mena”, que detalhou que entre os condenados há extremistas e membros da Irmandade Muçulmana.
A corte considerou os processados culpados por tentativa de assassinato, uso de armas de fogo, porte ilegal de armas e resistência às autoridades.
O órgão também os condenou por união a grupo proibido, em alusão à Irmandade Muçulmana, considerada organização terrorista desde dezembro de 2013.
O ataque contra a igreja ocorreu após a polícia destruir dois acampamentos dos seguidores do derrubado presidente Mohammed Mursi no Cairo, o que causou centenas de mortes.
As investigações provaram, segundo o tribunal, que os acusados realizaram o crime como parte de um plano geral da Irmandade para disseminar o caos e a violência pelo país.
Após o brutal desmantelamento das acampamentos, foi iniciada uma onda de distúrbios em todo o país, com vários ataques contra delegacias e igrejas.
Em Kerdasa foi atacada uma delegacia na qual morreram 14 policiais, incidente pelo qual 183 pessoas foram condenadas à pena de morte.
Considerada um reduto histórico de islamitas egípcios, tanto moderados como jihadistas, Kerdasa foi tomada durante um mês por esses grupos até as forças de segurança iniciarem uma operação para recuperar o controle em setembro de 2013.
Centenas de pessoas foram condenadas à pena de morte e à prisão perpétua no período de um ano e meio no Egito, o que organizações de direitos humanos criticaram pelo fato de o país não respeitar os princípios de um processo justo e pela severidade das penas, entre outros motivos. EFE
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