Tribunal confirma prisão perpétua para 4 responsáveis por genocídio em Ruanda

  • Por Agencia EFE
  • 29/09/2014 11h18
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Nairóbi, 29 set (EFE).- O Tribunal Penal Internacional para Ruanda (TPIR) confirmou nesta segunda-feira a pena de prisão perpétua imposta a quatro ex-dirigentes ruandeses por sua responsabilidade no genocídio de 1994.

Os condenados são os ex-ministros Edouard Karemera (Interior) e Callixte Nzabonimana (Juventude), o capitão e antigo “número 2” do serviço secreto, Ildéphonse Nizeyimana, e o ex-presidente do Movimento Republicano Nacional para o Desenvolvimento e a Democracia, Matthieu Ngirumpatse, informou o TPIR em comunicado.

Nizeyimana é considerado como um dos principais responsáveis pelo genocídio que resultou na morte de 800 mil pessoas – a maioria da etnia tutsi – entre os meses de abril e junho de 1994, enquanto os outros três são acusados de participação decisiva no massacre.

O capitão das Forças Armadas – preso em Uganda em outubro de 2009 – planejou o massacre e ordenou que seus soldados eliminassem milhares de pessoas, entre elas “a antiga rainha de Ruanda, Rosalie Gichanda, uma figura simbólica para todos os tutsis”, segundo a acusação.

Nizayimana, condenado por genocídio e crimes contra a humanidade, pertencia ao círculo próximo do presidente Juvenile Habyariman, cujo assassinato foi o estopim para o genocídio ruandês.

Os dois ex-ministros, cujas penas foram confirmadas hoje, fizeram parte do Gabinete de Habyariman e também do governo interino que foi formado dias depois de sua morte.

O TPIR os considerou culpados de participação nos múltiplos assassinatos cometidos em Kigali, a capital do país, no dia 12 de abril de 1994 e de incitar direta e publicamente o genocídio em diferentes partes de Ruanda, atos que também tiveram o envolvimento de Ngirumpatse.

O governo interino dirigiu Ruanda por cerca de 100 dias, nos quais aproximadamente 800 mil tutsis e hutus moderados foram massacrados, com facões e armas de fogo, por milícias, soldados do Exército e pela população civil de etnia hutu.

Ao término dos 100 dias, as milícias tutsis da Frente Patriótica de Ruanda (FPR) ocuparam Kigali e tomaram o governo. O antigo líder da FPR, Paul Kagame, é atualmente o presidente do país.

Situado em Arusha, no norte da Tanzânia, o TPIR foi constituído em 1994 para julgar os principais responsáveis de planejar e realizar o genocídio. EFE

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