Tribunal do Cairo condena 3 jornalistas da “Al Jazeera” a 3 anos de prisão

  • Por Agencia EFE
  • 29/08/2015 07h42

Cairo, 29 ago (EFE).- O Tribunal Penal do Cairo sentenciou neste sábado a três anos de prisão três jornalistas da emissora catariana “Al Jazeera”, acusados de divulgar notícias falsas e de não contar com permissões de trabalho para exercer sua profissão no país.

Os repórteres enfrentavam um novo julgamento depois que o Tribunal de Apelação do Cairo anulou no começo do ano as penas a sete e dez anos de prisão contra Mohammed Fahmy e Baher Mohammed e outros cinco acusados, entre eles o australiano Peter Greste, deportado à Austrália em fevereiro.

O presidente do tribunal, Hassan Farid, estipulou uma pena contra Fahmy, Mohammed, Greste e outros dois acusados de três anos de prisão, e outros seis meses mais para Mohammed.

Dois dos acusados foram declarados inocentes pelo tribunal que insistiu que os processados não são jornalistas.

Apesar das contínuas denúncias de organizações nacionais e internacionais, as autoridades egípcias reforçaram em repetidas ocasiões que no Egito não há jornalistas presos por delitos relacionados com a liberdade de expressão.

Após a leitura dos vereditos, os acusados foram imediatamente detidos pelas forças de segurança.

A mulher de Fahmi, Marwua Fahmi, afirmou à Agência Efe após escutar a sentença que espera que o presidente do país, Abdul Fatah al Sisi, indulte seu marido.

“Não há igualdade, esperamos que o presidente o indulte. Assim como fizeram com Greste. Eles lhe pediram que renunciasse à nacionalidade egípcia para expulsá-lo ao Canadá, mas depois não cumpriram seu compromisso”, acrescentou visivelmente emocionada.

Peter Greste foi deportado em fevereiro pelas autoridades egípcias e Fahmi, de nacionalidade canadense, renunciou a seu passaporte egípcio esperando que lhe fosse aplicada uma medida similar.

Na sessão também esteve presente a advogada defensora dos direitos humanos, Amal Clooney, esposa do ator americano George Clooney, e que defende Fahmi no processo.

A rede de televisão catariana, que qualificou o processo de “politizado”, condenou o veredito em comunicado e assegurou que não havia nenhuma prova de que seus jornalistas transmitissem notícias falsas.

“A sentença contra nossos jornalistas representam um ataque contra a liberdade de expressão, por isso este é um dia negro para a justiça egípcia”, acrescentou a “Al Jazeera” na nota. EFE

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