Tribunal egípcio condena 23 ativistas a 3 anos de prisão por protesto ilegal

  • Por Agencia EFE
  • 26/10/2014 15h38
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Cairo, 26 out (EFE).- Um tribunal do Cairo condenou neste domingo a três anos de prisão 23 ativistas pró-democracia, entre eles a jovem Sanaa Seif Fatah e a defensora dos direitos humanos Yara Salam, por descumprirem a lei de protestos no último mês de junho.

Um dos advogados dos ativistas, Tareq Abdelal, disse à Agência Efe que a defesa vai apelar da decisão porque – considerou – o juiz não levou em conta todas as provas e alegações a favor dos acusados.

Sanaa é a irmã do conhecido blogueiro Alaa Abdul Fatah, ícone da revolução de 2011 e libertado recentemente, e Yara é uma advogada que trabalha para a ONG Iniciativa Egípcia de Direitos Pessoais.

A Corte de Delitos de Masr al Gedida, no nordeste do Cairo, também ordenou que os 23 ativistas, entre os quais estão dois fotógrafos, paguem uma multa de 10 mil libras egípcias (cerca de R$ 3,4 mil).

Os réus são acusados de infringir a lei de protestos, causar distúrbios, danificar a propriedade privada e pública, portar armas e material explosivo e oferecer resistência às forças de segurança.

Abdelal garantiu que as acusações “não têm fundamento”, salvo a de violar a lei de protestos, que na sua opinião é “inconstitucional”. Desde sua aprovação, em novembro do ano passado, centenas de pessoas foram detidas no Egito por violar a polêmica lei, que, segundo os ativistas e defensores de direitos humanos, restringe o direito de manifestação.

Por causa dessas detenções e julgamentos, dezenas de ativistas vêm realizando nos últimos dois meses campanhas de greve de fome para derrubar a lei e para que os presos sejam libertados.

Em setembro, três conhecidos ativistas, entre eles Abdul Fatah, foram liberados sob pagamento de fiança, após terem sido condenados a 15 anos de prisão pelos mesmos motivos.

Outros ativistas como Ahmed Duma e o fundador do Movimento 6 de Abril, Ahmed Maher, estão presos e cumprem pena de três anos. EFE

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