Tribunal egípcio condena 7 cidadãos à prisão perpétua por assédio sexual
Cairo, 16 jul (EFE).- O Tribunal Penal do Cairo condenou nesta quarta-feira 7 homens à prisão perpétua por assediar sexualmente de várias mulheres na Praça Tahrir no começo de junho, informaram os advogados do caso à Agência Efe.
Estes ataques, registrados em meio às celebrações pela posse do novo presidente, Abdul Fatah al Sisi, geraram uma grande polêmica no país, principalmente após a divulgação de um vídeo de uma mulher sendo assediada por um grupo de homens.
Os advogados de defesa, Mahmoud Sami, e da acusação, Nashad Aga, explicaram que, além das sete pessoas condenadas à prisão perpétua, outras duas receberam uma pena de 20 anos por serem menores de idade.
Os réus, que ainda podem apelar com a decisão, foram acusados de estupro, assédio, retenção, uso de armas brancas e roubo, entre outras acusações.
Para outros três acusados no mesmo processo, cujo julgamento começou no último dia 25 de junho, a corte ainda não emitiu um veredito.
Sami considerou que as “provas são frágeis, as acusações exageradas” e questionou o fato das vítimas das agressões terem conseguido reconhecer os agressores (seus clientes), já que, segundo eles, havia milhares de pessoas em Tahrir na ocasião.
O advogado revelou que vão recorrer da sentença e pedir ao Tribunal de Cassação anular a decisão, assim como ordenar a repetição do julgamento.
Após a divulgação destas agressões, Sisi pediu prioridade ao caso e condenou o assédio às mulheres depois que seu antecessor no cargo, Adly Mansour, decretasse um endurecimento das penas contra aqueles que cometam assédio sexual nas ruas do país.
Estudos apontam que 90% das egípcias já foram assediadas em público no Egito, onde, principalmente durante festividades, é frequente ver grupos de jovens perseguindo as mulheres.
Nos últimos três anos, desde a revolução de 2011, vários casos de assédio sexual foram registrados durante as manifestações e celebrações no país. EFE
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