Tribunal egípcio recomenda pena de morte para 188 pessoas por assassinato
Cairo, 2 dez (EFE).- Um tribunal egípcio recomendou a pena de morte para 188 pessoas nesta terça-feira pelo assassinato de pelo menos 14 membros das forças de segurança no ataque à delegacia de Kerdasa, cidade próxima ao Cairo, em agosto do ano passado.
A agência estatal de notícias “Mena” informou que o Tribunal Penal de Guiza decidiu transferir o caso desses acusados ao mufti da República e máxima autoridade religiosa do país, Shauqi Alam, para que emita uma opinião não vinculativa a respeito.
O tribunal deve pronunciar sua decisão definitiva no próximo dia 28 de janeiro, segundo a agência, que acrescentou que 143 dos processados permanecem detidos e outros 45 estão foragidos.
Todos eles estão acusados de invadir a delegacia de Kerdasa, no dia 14 de agosto de 2013, e assassinar o delegado, seu auxiliar e outros 12 oficiais e membros da polícia que estavam no local.
Segundo as autoridades, o ataque foi preparado pelo antigo deputado da Irmandade Muçulmana, Abdel Salam Bashandi, e dirigido por um radical vinculado à Jihad Islâmica.
Quando a polícia desalojou em agosto do ano passado os acampamentos islamitas nas praças de Rabea al Adauia e Al-Nahda, no Cairo, ocorreram vários ataques como vingança contra os corpos de segurança em algumas cidades egípcias.
Esse foi o caso de Kerdasa, considerada um reduto histórico de islamitas egípcios, tanto moderados como jihadistas, e que esteve tomada durante um mês por grupos dessa tendência até que as forças de segurança lançaram uma operação para recuperar seu controle em setembro de 2013.
Centenas de pessoas foram condenadas à morte nos últimos meses no Egito em julgamentos coletivos que as organizações de direitos humanos criticaram por não respeitar os princípios de um julgamento justo, pela falta de independência da justiça e pela severidade das penas, entre outros motivos.
No último dia 21 de junho, um tribunal da província de Minia condenou à morte o líder da Irmandade Muçulmana, Mohammed Badía, e 182 supostos simpatizantes por atos de violência nessa região.
Desde a derrocada militar do ex-presidente islamita Mohammed Mursi, em 3 de julho de 2013, as autoridades perseguiram os simpatizantes, integrantes e líderes da confraria, que também foi classificada como grupo terrorista. EFE
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.