Tribunal turco exige bloqueio do Facebook se houver ofensas contra Maomé

  • Por Agencia EFE
  • 26/01/2015 09h09

Milhares de turcos islâmicos protestam neste domingo em frente a mesquita de Fatih EFE Turcos islâmicos protestam em frente a mesquita de Fatih

Um tribunal de Ancara ditou uma ordem de bloquear as páginas do Facebook que mostrem “conteúdo ofensivo para o profeta Maomé” ou, se isso não for possível, impedir o acesso a toda a rede social, informa nesta segunda-feira o jornal “Cumhuriyet”.

A decisão, emitida neste domingo à noite, faz parte de uma investigação da promotoria turca e foi comunicada à autoridade de Telecomunicações e União de provedores de internet.

Até o momento não parece ser efetiva, dado que ainda é possível acessar vários perfis do Facebook que mostram a última capa da revista satírica francesa “Charlie Hebdo”, com a caricatura de Maomé, como a Agência Efe pôde comprovar.

O governo turco condenou o massacre na redação parisiense da revista satírica francesa em 7 de janeiro, mas ressaltou ser “igualmente contra” as charges que mostram o profeta do Islã.

A judiciário tomou medidas para impedir que as caricaturas de Maomé cheguem à Turquia e os juízes ordenaram bloquear vários jornais digitais que divulgavam a polêmica capa ou mostravam fotos da revista nas bancas francesas.

O primeiro-ministro, Ahmet Davutoglu, disse ontem, em discurso na cidade sudeste de Diyarbakir, que esta região “levanta imediatamente a voz cada vez que ocorre um ato indecoroso com relação ao profeta”.

Davotoglu se referiu assim ao protesto em massa que aconteceu na sexta-feira na cidade, convocado pelo movimento islamita ultradireitista Hizbullah (sem relação com o partido homônimo libanês, Hezbollah), e no qual se chegou a tachar de “terroristas” os que apoiassem a revista “Charlie Hebdo”.

“Saudação a cada um dos irmãos que protegeram o profeta”, proclamou o primeiro-ministro.

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