Trump alimenta teorias de fraude eleitoral sem apoio de companheiro de chapa

  • Por EFE
  • 16/10/2016 20h24
  • BlueSky
As Mulheres que apoiam Donald Trump

O candidato republicano à presidência dos Estados Unidos, Donald Trump, seguiu neste domingo (16) alimentando rumores sobre uma possível manipulação nas eleições de novembro, apesar de seu companheiro de chapa, Mike Pence, ter tentado minimizar a retórica ao afirmar que ambos aceitarão uma derrota nas urnas caso essa seja a vontade do povo norte-americano.

Trump e sua rival democrata, Hillary Clinton, não fizeram atos de campanha neste domingo, mas o empresário republicano recorreu ao Twitter para continuar divulgando uma série de queixas e teorias conspiratórias que se amplia à medida em que ele cai nas pesquisas.

“As eleições estão sendo absolutamente manipuladas pelos desonestos e distorcidos veículos de imprensa, que impulsionam a corrupta Hillary, mas também em vários locais de vocação. Triste”, disse o polêmico candidato em uma de suas mensagens.

Trump insistiu na ideia inclusive depois de seu companheiro de chapa ter aparecido em vários programas de televisão e assegurasse que as críticas de Trump se referem ao que considera um “óbvio viés nos veículos de imprensa” a favor da ex-primeira-dama. “Certamente aceitaremos o resultado das eleições”, prometeu Pence em entrevista à emissora NBC News.

Trump chegou a pedir que seus eleitores vigiem os locais de votação para identificar possíveis fraudes, o que aumentou os temores em ambos partidos que o magnata possa se negar a aceitar uma possível derrota para Hillary, algo que poderia incitar respostas duvidosas de seus milhões de seguidores.

Vários dos aliados mais famosos de Trump, como os republicanos Newt Gingrich e Rudy Giuliani, reforçaram a ideia de uma possível manipulação eleitoral, se distanciando de outras figuras do partido, como o presidente da Câmara dos Representantes, Paul Ryan.

“As pessoas mortas costumam votar mais nos democratas do que nos republicanos”, disse Giuliani, ex-prefeito de Nova York, em entrevista à emissora CNN, acusando o partido adversário de deixar pessoas já falecidas nos registros e de depois pagar para que outros votem em nome delas “quatro, cinco, seis, sete, oito vezes”.

O candidato democrata à vice-presidência, Tim Kaine, criticou as “afirmações malucas” de Trump sobre uma possível manipulação eleitoral. Em entrevista à ABC News, o companheiro de chapa de Hillary afirmou que o rival “não deveria usar táticas do medo”.

Várias novas pesquisas confirmaram que Trump está perdendo apoio devido ao vídeo gravado em 2005 em que ele faz comentários abusivos e machistas, e também por causa das diversas denúncias de assédio sexual que seguiram a publicação da gravação nesta semana.

Uma pesquisa conjunta do Wall Street Journal e da emissora NBC aponta que Hillary tem 11 pontos percentuais entre os eleitores prováveis. Outra do Washington Post indica que a ex-secretária de Estado está quatro pontos na frente de Trump. Já uma da CBS diz que a democrata está a seis pontos de distância do adversário em 13 estados que serão essenciais nas eleições.

O próprio Trump reconheceu hoje que perdeu apoio entre as mulheres, ao perguntar aos seus seguidores no Twitter. “Acreditam que perdi mulheres eleitoras com base em fatos inventados que nunca ocorreram? A imprensa está manipulando as eleições”, escreveu.

O republicano questionou a credibilidade das acusações de assédio sexual feitas por várias mulheres contra ele por considerar que elas não são suficientemente atraentes. Hoje, Pence evitou defender o companheiro de chapa usando o mesmo argumento.

“Eu não diria nada para menosprezar uma mulher que teve uma experiência como essa. Mas Donald Trump deixou claro que essas acusações são categoricamente falsas”, disse Pence à NBC News.

O candidato a vice-presidente e governador de Indiana também contradisse Trump em outro aspecto ao opinar que a Rússia é responsável por hackear os e-mails do Partido Democrata, posteriormente divulgadas pelo Wikileaks, com o objetivo de influenciar nas eleições americanas.

Um assessor de Hillary, Jake Sullivan, pediu em comunicado que Trump condene o “Watergate moderno” representado pelos cibertaques da Rússia e exigiu que o empresário revele as supostas conexões de sua campanha com o Moscou e o Wikileaks.

  • BlueSky

Comentários

Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.