Tsipras anuncia renúncia e propõe eleições antecipadas na Grécia

  • Por EFE
  • 20/08/2015 15h14
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O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, anunciou nesta quinta-feira sua renúncia e propôs a realização de eleições antecipadas.

“Meu mandato de 25 de janeiro venceu. Agora o povo deve se pronunciar. Vocês, com seu voto, decidirão se negociamos bem ou não”, disse Tsipras em mensagem transmitida pela rede de televisão estatal grega. O premiê disse que é a vez de o povo grego decidir “quem deve dirigir a Grécia no caminho difícil, mas com a esperança de que melhore”, além de optar pelo partido que “negociará melhor a redução da dívida”.

“Peço um mandato forte para um governo estável, junto com a sociedade que quer reformas progressistas”, declarou o político, frisando que, dentro do programa de resgate financeiro do país, haverá “medidas equivalentes” para reduzir as consequências da recessão. “Não conseguimos o acordo que queríamos, mas dada a situação, conseguimos o melhor possível”, ressaltou.

No entanto, Tsipras disse estar “orgulhoso da negociação” de seu governo com os credores internacionais e afirmou ter “a consciência tranquila”, já que a “Europa não é a mesma depois destes seis meses”. O líder grego lembrou que os credores propunham no início a um período de financiamento de cinco meses, além de duras medidas como “a eliminação das ajudas sociais e depois novas negociações”, mas seu governo conseguiu “um acordo de três anos”.

O líder grego manifestou se sentir “otimista” apesar das “dificuldades” e disse que o objetivo de um eventual novo governo de seu partido continuaria sendo o de lutar contra a corrupção e a evasão fiscal.

Próximos passos

A decisão de renunciar foi tomada durante uma reunião que Tsipras teve com seus colaboradores mais próximos, segundo fontes governistas.

Assim que Tsipras apresentar a renúncia de seu governo ao presidente da República, Prokopis Pavlopoulos, este o encarregará a missão de formar um novo governo em um prazo de três dias. Tsipras tem a opção de abrir mão da incumbência, o que é visto por analistas políticos como mais provável.

Neste caso, Pavlopoulos encarregará a formação do novo governo ao presidente do principal partido da oposição, o conservador Nova Democracia, e em caso de fracasso, o terceiro líder que receberá a tarefa será o do partido neonazista Amanhecer Dourado.

Se como se espera, este último não conseguir formar o governo, ao não obter o respaldo do parlamento, os líderes políticos serão convocados para debater a possibilidade de constituir um governo de ampla base. Mas se esse plano também não funcionar, então será formado um governo transitório que têm como única tarefa a organização das eleições antecipadas em um prazo máximo de 30 dias.

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