Tsipras diz não poder aceitar proposta da UE porque não há pontos em comum

  • Por Agencia EFE
  • 04/06/2015 20h44

Atenas, 5 jun (EFE).- O primeiro-ministro da Grécia, Alexis Tsipras, informou nesta quinta-feira a chanceler alemã, Angela Merkel, e o presidente francês, François Hollande, que seu país não pode aceitar a proposta das instituições porque ela não inclui os pontos em comum alcançados nas negociações dos últimos meses.

“O primeiro-ministro grego acredita que a proposta das instituições não pode ser a base para um acordo, já que não leva em conta o processo das negociações que aconteceram nos últimos meses em Bruxelas”, afirmaram fontes do governo grego após a teleconferência entre os três líderes hoje.

As fontes assinalaram que, por outro lado, o plano apresentado pelo Executivo de Tsipras “reflete os pontos em comum” alcançados até agora nas conversas com as instituições credoras, a Comissão Europeia (CE), o Banco Central Europeu (BCE) e o Fundo Monetário Internacional (FMI).

Apontaram que da conversa, que aconteceu em um “ambiente bom e construtivo”, foi possível perceber “otimismo, porque dentro de pouco haverá um acordo mutuamente benéfico”.

A proposta formulada pela Grécia aos seus parceiros inclui receitas fiscais de 1,9 bilhão de euros, quase um bilhão a menos do que pedem as instituições, e prevê três tipos de IVA, de 6%, de 11% e de 23%, em vez dos dois propostos pelos credores, 11% e 23%.

Uma das grandes diferenças entre o plano grego e o da UE está no imposto sobre a fatura da luz, que o governo situa na taxa média de 11%, e para quem pedir empréstimos a UE exige que seja aplicado o de 23%.

A proposta dos parceiros exige, além disso, cortes na previdência, especificamente para aposentados de baixa renda.

Estas questões e exigências fizeram com que a reunião na quarta-feira à noite em Bruxelas entre Tsipras e os presidentes da CE e do Eurogrupo, Jean-Claude Juncker e Jeroen Dijsselbloem, respectivamente, não fosse possível alcançar um acordo.

O primeiro-ministro reiterou nesta quinta-feira que a Grécia não vai aceitar “propostas extremas” para chegar a um pacto, depois dos sacrifícios que os cidadãos tiveram que fazer nos últimos anos.

“Todos temos que entender que o povo grego sofreu muito nos últimos cinco anos, e alguns têm que deixar de carregar esse peso nas costas”, afirmou Tsipras durante uma reunião com sua equipe econômica para analisar os infrutíferos resultados do encontro na capital belga.

Vence hoje uma parcela de pagamento ao Fundo Monetário Internacional (FMI) de 305 milhões de euros, mas a Grécia conseguiu o sinal verde da entidade financeira internacional para agrupar os quatro pagamentos previstos para este mês – que somados chegam ao valor de 1,6 bilhão de euros – em somente um em 30 de junho. EFE

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