Tsipras diz que Grécia recupera dignidade e Samaras confia nos indecisos

  • Por Agencia EFE
  • 25/01/2015 11h28

Atenas, 25 jan (EFE).- O líder da esquerdista Syriza, Alexis Tsipras, considerou que os gregos vão recuperar a dignidade nas eleições deste domingo, enquanto o primeiro-ministro interino, Antonis Samaras, confiou no voto dos indecisos.

Tsipras, cuja coalizão é apontada nas enquetes como favorita com entre 30% e 36% de apoio, afirmou após depositar sua cédula em um colégio eleitoral do popular bairro de Kypseli que “hoje o povo heleno vai dar o último passo para readquirir sua dignidade, para viver um futuro com solidariedade”.

“É um dia para a volta da esperança, o fim do medo, a volta da democracia e a dignidade em nosso país”, disse o líder esquerdista, que advertiu à UE que o futuro “não está na austeridade, mas na dignidade e na coesão”.

O líder da Syriza afirmou que neste pleito os gregos decidirão se continuam “com a política fracassada, com novos cortes nas pensões, com despejos de inquilinos, com demissões… ou reivindicam na Europa sua dignidade e o direito de ser um parceiro igual aos demais”.

Enquanto isso, Antonis Samaras, da conservadora e governamental Nova Democracia, que depositou seu voto em um colégio eleitoral da cidade de Pilos, no sul do Peloponeso, no começo da manhã, confiou nos indecisos para dar a volta nas enquetes.

“Nestas eleições há um grande número de pessoas que ainda estão indecisas. Elas determinarão o resultado”, manifestou Samaras

“Estas eleições são cruciais para nosso futuro e o futuro de nossos filhos. Hoje decidimos se seguimos adiante com força, com segurança, com confiança ou se embarcamos em aventuras”, concluiu.

Tsipras votou no meio de uma multidão de câmeras, sobretudo de meios de comunicação internacionais, e de simpatizantes, que o animaram o tempo todo com gritos de “Chegou a hora da mudança e da esquerda” e “Syriza: podemos e venceremos”.

“Se deixarem e não derem uma rasteira nesse 1% que governa este país, Tsipras pode se transformar na estrela da Grécia e da Europa”, comentou uma de suas seguidoras que votou no mesmo colégio.

Um aposentado curioso que também queria estar presente no voto de Tsipras disse que, a ele, o que realmente importa é que a Grécia supere essa fase, e que vê que este candidato “tem olho” para isso.

Por sua vez, o líder do To Potami (O Rio), Stavros Theodorakis, que luta pelo terceiro posto com o neonazista Amanhecer Dourado, os socialistas do Pasok e os comunistas do KKE, declarou ao depositar seu voto em Jania (Creta) que a Grécia vai “castigar os partidos políticos que provocaram esta situação”.

“O país parece que decidiu mudar de primeira força política e castigar os que nos conduziram para esta situação, Nova Democracia e Pasok (socialistas)”, disse o líder do To Potami.

O líder dos socialistas gregos do Pasok, Evangelos Venizelos, indicou que esperava que o povo grego votasse “pelas gerações futuras” e, em uma brevíssima declaração, expressou que esperava que “votasse pelo melhor e não pelo pior”.

O Pasok, que poderia conseguir entre 4% e 6% dos votos segundo as últimas enquetes, aspira conseguir a terceira posição, em uma luta contra os neonazistas de Amanhecer Dourado e com o centrista To Potami (O Rio).

Mas o voto socialista pode ficar dividido com a nova formação do ex-primeiro-ministro grego Giorgos Papandreou, o Movimento de Socialistas Democratas, que pediu hoje o voto “para mudar de verdade o país”.

“Os gregos temos que elaborar nosso próprio plano para mudar, que a negociação para a redução da dívida e para um plano grego com mudanças profundos o firme o povo diretamente, através de um referendo”, disse Papandreou, que aspira a conseguir mais de 3%, o mínimo para chegar ao parlamento.

O presidente grego, Karolos Papoulias, pediu hoje ao povo heleno união e “sangue frio” para enfrentar os problemas do país.

Em declaração realizada aos meios de comunicação pouco após depositar seu voto na cidade de Ioannina, no noroeste da Grécia, Papoulias reconheceu que “durante os próximos anos haverá problemas e por isso digo que é necessário uma unanimidade no modo de tratá-los e sangue frio para fazer frente a toda dificuldade”.

Cerca de dez milhões de gregos estão chamados a votar nestas eleições gerais antecipadas.

Os colégios eleitorais abriram às 7h local (3h, em Brasília) e fecharão às 19h local (15h, em Brasília).

O ministro grego do Interior interino, Mijalis Theojaridiss, afirmou que a tranquilidade é a nota dominante das eleições e que os poucos incidentes estão relacionados com o mau tempo. EFE

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