Tsipras e credores têm dificuldades para chegar a acordo sobre dívida grega
Credores internacionais exigiram nesta quarta-feira mudanças politicamente sensíveis às propostas de reforma e tributação do primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, criando novas incertezas nas negociações para liberar auxílio financeiro e evitar o calote na semana que vem.
Tsipras passou toda a tarde em reunião com os líderes da Comissão Europeia, do Fundo Monetário Internacional, do Banco Central Europeu e com ministros das Finanças da zona do euro, mas autoridades disseram que não houve avanço até agora.
“Eles ainda estão travados nos mesmos pontos”, disse uma autoridade da zona do euro após mais de quatro horas da reunião nos escritórios da UE. A reforma da previdência continua sendo uma questão central.
Os credores apresentaram mais cedo contrapropostas com o objetivo de reduzir uma série de discordâncias antes de os ministros das Finanças da zona do euro se reunirem para tentar aprovar um acordo.
Mas as chances de uma solução nesta quarta-feira começaram a diminuir, com uma autoridade do governo grego dizendo que as exigências dos credores não eram aceitáveis, embora Tsipras esperasse um acordo ainda nesta quarta ou na quinta-feira, quando todos os 28 líderes da UE estarão em Bruxelas para uma cúpula de dois dias.
Antes da reunião de autoridades de Finanças, o ministro alemão Wolfgang Schaeuble afirmou que os preparativos para buscar o acordo não são suficientes para que os envolvidos chegem a um acordo nesta quarta-feira.
Antes de deixar Atenas, Tsipras criticou a posição de “certos” credores –um golpe ao FMI– classificando-a de estranha por rejeitarem medidas fiscais que Atenas apresentou para diminuir o déficit orçamentário.
“Essa atitude estranha parece indicar que ou não há interesse em um acordo ou que interesses especiais estão sendo tratadosa”, disse Tsipras em um tweet.
A diretora-gerente do FMI, Christine Lagarde, detalhou suas objeções às propostas gregas que focam em impostos mais altos para reduzir um enorme déficit orçamentário em uma entrevista divulgada nesta quarta-feira.
“Não se pode construir um programa apenas sobre a promessa de maior arrecadação, como ouvimos nos últimos cinco anos com muito pouco resultado”, disse ela à revista francesa Challenges.
Uma autoridade da União Europeia insistiu que as conversas não haviam entrado em colapso e disse que a troca de propostas faz parte da negociação. Mas uma autoridade grega afirmou que o documento de cinco páginas dos credores –cheio de palavras riscadas e sublinhadas em vermelho– difere pouco da oferta inicial de 3 de junho e leva pouco em consideração as propostas de Atenas.
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