Tsipras fixa como meta resolver a crise e encerrar resgates em quatro anos

  • Por Agencia EFE
  • 25/09/2015 14h41

Atenas, 25 set (EFE).- O primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, propôs para os próximos quatro anos de seu novo governo resolver a crise econômica, libertar o país do resgate e conseguir crescimento econômico com uma marca social.

“Trata-se de objetivos para quatro anos completamente factíveis à condição de que trabalhemos duro”, disse nesta sexta-feira Tsipras em seu discurso de abertura do primeiro Conselho de Ministros realizado depois das eleições de domingo, nas quais o esquerdista Syriza foi reeleito com 35,4% dos votos.

Tsipras descreveu como sua principal aposta acabar com a “lógica neoliberal” de obter o crescimento através da destruição dos direitos sociais, mas ao mesmo tempo aplicar as reformas previstas no resgate.

“A aplicação destas medidas é necessária para completar a primeira avaliação (do resgate) e poder iniciar a negociação para o alívio da dívida e a recapitalização dos bancos”, disse o líder, para acrescentar que trata-se de dois temas fundamentais dos quais “dependerá o futuro”.

Tsipras recalcou que o alívio da dívida fará de novo o país atrativo para os investimentos, e a recapitalização dos bancos servirá para garantir os depósitos e para poder financiar a economia.

O recém estreado primeiro-ministro recalcou que o resgate estipulado com os credores tem uma série de medidas positivas como a luta contra a evasão fiscal e contra a corrupção.

O líder enumerou algumas das reformas que são colocadas a curto, médio e longo prazo e recalcou que sua intenção será cumprir o resgate, mas também suavizar ao máximo o impacto social.

Nesse contexto, Tsipras mencionou alguns dos detalhes que ficam pendentes para negociar com os credores, a gestão da elevadas dívidas morosa dos bancos, a reforma do mercado de trabalho, e as privatizações de patrimônio público.

Tsipras insistiu que qualquer que for a solução para a dívidas em moratória, o objetivo do governo será manter a proteção da primeira casa.

Com relação ao mercado de trabalho, Tsipras garantiu que o objetivo do governo é restaurar os convênios coletivos, como também evitar que no processo de privatizações haja que malbaratar propriedade pública.

“O objetivo em todos estes temas será manter a coesão social”, assegurou.

O líder do Syriza afirmou que há uma série de campos nos quais, independentemente do programa de resgate, o governo pode deixar sua “marca” esquerdista, como em saúde e em educação.

Além disso, pôs ênfase especial para aproveitar os fundos de coesão europeus para ações encaminhadas a reativar a economia, fomentar os investimentos, a inovação, e permitir que os jovens universitários que emigraram possam voltar ao país.

“Não temos tempo à nossa disposição. A negociação terminou e o povo quer que governemos com eficácia”, ressaltou. EFE

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