Tudo pronto para julgamento de assassino de “Sniper Americano”
Stephenville (EUA.), 10 fev (EFE).- No pequeno povoado rural de Stephenville, no Texas, está tudo pronto para o início, nesta quarta-feira, do julgamento do homem acusado de assassinar Chris Kyle, o franco-atirador que inspirou o filme “Sniper Americano”.
Diante da expectativa levantada pelo julgamento, o departamento local de polícia já começou já a restringir o trânsito nas ruas próximas ao Tribunal do Distrito de Erath, que nos últimos dias entrevistou 800 potenciais candidatos ao júri.
Finalmente, dez mulheres e dois homens foram escolhidos para decidir o envolvimento do exmarine Eddie Routh, de 27 anos, nos assassinatos de Kyle e Chade Littlefield em 2 de fevereiro de 2013 em um rancho dos arredores de Stephenville.
A coincidência do julgamento com o sucesso no cinema do filme “Sniper Americano”, indicado ao Oscar, e o sentimento patriótico provocado pelo longa causaram dúvidas sobre as garantias processuais para Routh, que muitos já consideram culpado do assassinato do “herói” Kyle.
O filme, dirigido por Clint Eastwood, foi indicado a seis Oscar e bateu recordes de bilheteria desde que estreou, em janeiro.
Também coincidiu com a instauração por parte do Texas do “Dia de Chris Kyle” (2 de fevereiro), “um grande texano e um verdadeiro herói americano”, segundo o governador do estado, o conservador Greg Abbott.
O túmulo de Kyle, no Cemitério do Estado do Texas na cidade de Austin, reservado para governadores e senadores, voltou a ficar cheio de flores estes dias.
Por tudo isso os advogados do ex-marine Routh, Warren St. John e Tim Moore, solicitaram, sem sucesso, ao juiz Jason Cashon que adiasse o julgamento, alegando que a decisão estaria influenciada pelo fenômeno “Sniper Americano”.
Eles também solicitaram que a audiência fosse transferida para outra jurisdição, fora do condado de Erath, a 160 quilômetros de Dallas, território que vive o caso em primeira pessoa, pedido que também foi rejeitado por Cashon.
Apesar dessas negativas, o juiz pediu aos membros do júri que se mantenham alheios à enorme expectativa que rodeia o processo.
Kyle e Littlefield se dedicavam a ajudar veteranos de guerra a se reintegrarem à vida civil quando foram assassinados por Routh, que sofre de transtornos psicológicos desde que retornou da Guerra do Iraque.
Kyle tinha servido no Iraque na “Navy SEAL”, a unidade de elite da marinha americana, e é reconhecido como o franco-atirador mais letal da história do país, com 160 mortes confirmadas oficialmente.
A insurgência iraquiana o apelidou de “o diabo de Ramadi”, em referência a uma das cidades em que combateu, e ofereceu uma recompensa por sua cabeça.
O julgamento deve durar duas semanas. EFE
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