Tunísia decreta estado de emergência por 30 dias após atentado contra hotel

  • Por Agencia EFE
  • 04/07/2015 17h03
EFE Ataque jihadista que matou 38 turistas estrangeiros em um hotel no fim de junho

O presidente da Tunísia, Beji Caid Essebsi, decretou neste sábado estado de emergência em todo país como resposta ao ataque jihadista que matou 38 turistas estrangeiros em um hotel de uma praia da cidade de Sousse no dia 26 de junho.

O decreto reforça os poderes da Polícia e do Exército, o que representa um corte dos direitos obtidos após a revolta popular que acabou com o regime ditatorial de Zine El Abidine Ben Ali em 2011.

“O país atravessa uma situação difícil e excepcional que exige medidas excepcionais como o estado de emergência, que durará 30 dias”, explicou o presidente em um pronunciamento pela televisão.

“Os atentados no museu Bardo e contra um hotel de Sousse mostram uma mudança do terrorismo em direção às cidades. Se outro atentado similar se repetir, o Estado poderia ser derrubado”, destacou.

Essebsi voltou a pedir colaboração internacional e afirmou que a guerra civil na Líbia tem contribuído para o crescimento da instabilidade na Tunísia.

“A Líbia já não é um Estado. Está dividido em dois governos por culpa das agendas de outros países. Os 500 quilômetros de fronteiras acrescentam tensão. É necessária a cooperação internacional na luta antiterrorista, que demanda importantes meios humanos e materiais”, acrescentou o presidente tunisiano.

As novas medidas de segurança que acompanham o decreto incluem o fechamento de mesquitas. Essebsi também disse que as greves enfrentadas pelo país desde a formação do atual governo afetam “setores estratégicos estatais como o da produção de fosfatos”.

“Enfrentamos desafios em nível social, econômico e de segurança que demandam a aplicação do estado de emergência”.

A decisão foi tomada em plena crise de segurança na Tunísia, palco nos últimos três meses de dois atentados jihadistas que mataram 60 turistas estrangeiros e aprofundaram as dificuldades econômicas vividas pelo país.

No primeiro ataque, dois homens mataram a tiros 22 turistas no interior do museu Bardo, o mais importante da capital, sem que a polícia pudesse atuar a tempo.

Menos de três meses depois, um homem de 23 anos fuzilou turistas que estavam em um dos mais prestigiados hotéis da cidade de Sousse. Como no primeiro atentado, as autoridades tunisianas admitiram que as forças de segurança não estavam preparadas.

Após o atentado de Sousse, as autoridades prenderam 12 pessoas por apoio logístico ao assassino e outros 120 mais ligação com o islã radical em diferentes partes do país. 

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