Tunísia expulsa 110 agentes de segurança por vínculo com terrorismo

  • Por Agencia EFE
  • 16/09/2015 21h40

Túnis, 16 set (EFE).- As forças de segurança da Tunísia expulsaram 110 militares e agentes de diferentes órgãos após a revelação de que eles tinham vínculos com grupos jihadistas, informou nesta quarta-feira o porta-voz do Ministério do Interior, Walid Louguini.

O porta-voz não forneceu detalhes de como e quando os agentes foram expulsos, se limitando a afirmar que a decisão se sustenta “em sérias suspeitas de que eles pertenciam a organizações terroristas ou simpatizavam com elas”.

“Pertencem a diversos órgãos: Polícia, Guarda Nacional, Exército e serviço de alfândega”, acrescentou Louguini sem dar mais informações sobre o caso.

Taurik Bououne, inspetor geral de Segurança Nacional no Ministério Interior, explicou que vários dos expulsos tinham passado aos terroristas informações sobre patrulhas e postos de controle.

“Cinco ou seis deles tinham relação com redes de contrabando das quais os terroristas aproveitavam”, acrescentou o inspetor, citado pela rádio local “Shams”.

Os serviços de segurança da Tunísia estão sob suspeita desde os atentados contra o museu Bardo, o mais importante do país, e em uma praia de Hammamet, ataques que mataram 60 turistas estrangeiros.

Os graves erros de segurança que facilitaram ambos os ataques – nas duas ocasiões os autores chegaram ao alvo sem dificuldade e tiveram tempo suficiente antes da chegada da Polícia – já motivaram várias críticas aos responsáveis pelo setor.

Analistas concordam que a decisão de desmantelar os serviços secretos após a fuga do ditador Zine El Abidine Ben Ali, em 2011, debilitou a segurança do país e permitiu a infiltração de elementos radicais e sem experiência durante o governo de transição.

Comandantes policiais admitiram que os infiltrados tinham começado a criar um sistema de segurança e inteligência paralelos na Tunísia. EFE

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