Tunísia registra novos distúrbios no sul após vitória de Essebsi nas eleições

Túnis, 24 dez (EFE).- Um grupo de manifestantes tunisianos protestaram nesta quarta-feira na região sulina de Kebili, na fronteira com a Argélia, contra a vitória de Beji Caid Essebsi nas eleições presidenciais do domingo passado e causaram vários danos materiais.

Segundo informou uma fonte policial à agência tunisiana “TAP”, um grupo de manifestantes incendiou um quartel da Guarda Nacional, um escritório administrativo e a sede do partido Nidaa Tunis, do presidente eleito Essebsi, na cidade de Souk el-Had na região de Kebili.

Por outra parte, o presidente em fim de mandato, Moncef Marzouki, ofereceu hoje um discurso no qual expressou sua rejeição ao caráter “violento” destes protestos ocorridos especialmente no sul do país contra os resultados das eleições presidenciais e pediu calma aos manifestantes.

“O mais importante agora é a união nacional, a estabilidade política, a segurança e a rápida transmissão de poderes”, declarou Marzuki, que lançou uma chamada especial aos manifestantes em sua região natal de Kebili para que “ponham fim aos protestos por amor à Tunísia”.

Outros distúrbios explodiram também na noite de ontem em Sidi Buzid – onde começaram as revoltas que forçaram a renúncia em 2011 do então presidente Zine El Abidine Ben Ali – nos quais os manifestantes cortaram a estrada principal e queimaram pneus.

Na segunda-feira passada, a polícia tunisiana dispersou com gás lacrimogêneo uma manifestação de várias centenas de jovens contra a vitória de Essebsi na cidade de El Hamma, no sudeste do país.

Essebsi, o candidato laico, ganhou as eleições presidenciais do domingo com 55,68% dos votos, na frente do presidente em fim de mandato, Moncef Marzouki, apoiado pelos islamitas, que alcançou 44,32% dos sufrágios.

Aos 89 anos, Essebsi se transforma no primeiro presidente eleito da II República da Tunísia, que se iniciou com a promulgação da nova Carta Magna em 27 de janeiro de 2013. EFE