Turchinov: Rússia está por trás de sequestro de inspetores militares

Kiev, 26 abr (EFE).- O presidente interino da Ucrânia, Aleksandr Turchinov, acusou a Rússia neste sábado de estar por trás do sequestro dos sete inspetores militares ocidentais capturados ontem na cidade de Slaviansk, bastião da sublevação pró-russa no sudeste do país.

“Este delito não pode ter sido cometido sem autorização ou ordem direta do governo da Rússia, que coordena e apoia terroristas que ocupam edifícios, tomam reféns, torturam e matam pessoas”, disse Turchinov, citado por seu escritório de imprensa.

Os separatistas pró-russos mantêm retidos em Slaviansk sete militares europeus (três alemães, um polonês, um dinamarquês, um sueco e um tcheco), junto com outras seis pessoas, com o argumento que no ônibus no qual viajavam havia um espião do exército ucraniano.

“A direção política da Rússia deve ser sancionada conforme o direito internacional por apoiar e respaldar o terrorismo”, ressaltou Turchinov.

O presidente interino destacou que “nem sequer a existência de um mandato internacional deteve os delinquentes armados” que atuam em Slaviansk.

Forças de segurança e tropas de assalto ucranianas cercaram ontem essa cidade, de quase 120 mil habitantes, na segunda fase da “operação antiterrorista” lançada por Kiev contra as milícias pró-russas.

No entanto, o governo de Kiev descartou um ataque à cidade, pelo risco que representaria para seus moradores.

Por sua vez, um porta-voz das milícias pró-russas que retém os inspetores militares ocidentais afirmou hoje que eles são considerados “espiões” da Otan.

“Confiscamos mapas militares de Slaviansk, com postos de controle assinalados nele, e munição”, disse o porta-voz à imprensa, segundo a agência oficial russa “RIA Novosti”.

Já o chefe do “governo provisório” da autoproclamada “república popular de Donetsk (região no sudeste da Ucrânia)” , Denís Pushilin disse que os milicianos suspeitam que os inspetores militares ocidentais “realizavam atividades de espionagem em favor da Otan”.

Pushilin assegurou à imprensa que todos os detidos se encontram bem e recebem bom tratamento.

O dirigente pró-russo ressaltou a possibilidade que os oficiais ucranianos fossem trocados por “prisioneiros” capturados pelas forças do governo de Kiev, em particular pelo “governador popular” de Donetsk, Pavel Gúbarev, atualmente em prisão preventiva acusado de tentativa de usurpação de poder. EFE