Turquia acusa Israel de cometer “genocídio” em Gaza

  • Por Agencia EFE
  • 18/07/2014 13h45

Istambul, 18 jul (EFE).- As principais autoridades da Turquia criticaram duramente nesta sexta-feira a incursão terrestre que Israel começou ontem à noite em Gaza dentro da operação “Limite Protetor”, cujas características classificaram de “genocídio”.

O primeiro-ministro turco, o islamita Recep Tayyip Erdogan, manifestou hoje em uma mesquita em Istambul que “Israel está cometendo um genocídio” em Gaza e assegurou esse país “ameaça a paz mundial”, segundo informa a agência de notícias turca “Anadolu”.

“Israel está aplicando o terror. Israel está neste momento cometendo um genocídio. Não admite que (as principais formações palestinas) Fatah (nacionalista) e Hamas (islamita) estabeleçam juntos um governo de consenso”, acrescentou Erdogan em referência ao recente acordo para um governo de unidade palestina.

Por sua vez, o presidente turco, Abdullah Gül, que costuma ser mais moderado em suas avaliações, pediu hoje a Israel a terminar com a operação militar em Gaza e falou de “massivas consequências”.

Além disso, pediu ao Conselho de Segurança da ONU para tomar “uma decisão contundente para dar fim à ofensiva israelense”.

“Os ataques de Israel chegaram a uma fase muito perigosa. Quero advertir a Israel mais uma vez. Se não terminarem, as consequências serão em massa”, disse Gül em entrevista à imprensa.

Enquanto isso, o ministro das Relações Exteriores turco, Ahmet Davutoglu, disse que seu governo pediu ao Conselho de Segurança, da ONU à Organização para a Cooperação Islâmica e à Comissão da ONU de Direitos Humanos que convoquem sessões especiais sobre a ofensiva israelense em Gaza.

“Condenamos com veemência a operação terrestre feita por Israel ontem à noite após os desumanos ataques aéreos”, disse Davutoglu em sua conta no Twitter.

“Mais uma vez com o assunto palestino, a consciência da humanidade está a toda prova”, disse o ministro turco, que acrescentou que a Turquia mantém seus contatos com dirigentes do Hamas e do Fatah.

Por sua vez, Israel anunciou hoje que decidiu reduzir ao “mínimo imprescindível” sua representação diplomática na Turquia após conflitos ontem à noite que derivaram em violentos ataques contra suas missões diplomáticas em Ancara e Istambul.

O Ministério das Relações Exteriores de Israel acusou as forças de segurança turcas de fracassar ao tentar garantir proteção adequada à equipe, à Embaixada e ao Consulado de Israel nas duas cidades.

Isso representa uma “flagrante violação das regulações diplomáticas”, o que obrigou Israel a repatriar tanto o pessoal deslocado como seus parentes, disse o Ministério.

Erdogan advertiu que, após a situação atual em Gaza, “será muito difícil normalizar as relações” entre Turquia e Israel, que já ficaram seriamente prejudicadas após a operação “Chumbo Fundido” entre dezembro de 2008 e janeiro de 2009. EFE

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