Turquia e 60 países lembram o centenário da batalha de Galípoli

  • Por Agencia EFE
  • 24/04/2015 09h53

Ancara, 24 abr (EFE).- A Turquia lembra nesta sexta-feira o centenário da batalha de Galípoli, uma das maiores vitórias do Império Otomano durante a I Guerra Mundial, em cerimônia que conta com 60 representantes de diferentes países e que coincide com a celebração do chamado genocídio armênio.

O príncipe Charles e os primeiros-ministros da Austrália e Nova Zelândia, Tony Abbott e John Key respectivamente, presidem as distintas cerimônias junto ao presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, em lembrança desta batalha que as tropas otomanas enfrentou os aliados franceses e britânicos em 1915.

As celebrações oficiais começarão ao meio-dia em Galípoli com a tradicional oração da sexta-feira, na qual Erdogan se somará a vários líderes muçulmanos, e continuarão amanhã com cerimônias dedicadas à Austrália e Nova Zelândia.

Soldados destes dois países formaram o Anzac, uma força militar que participou desta batalha junto a corpos britânicos e franceses.

A Turquia celebra habitualmente a batalha de Galípoli no dia 18 de março, mas para o centenário elegeu o dia 24 de abril, o que foi criticado por coincidir com a celebração do aniversário do começo das maciças deportações de armênios nas quais morreram 1,5 milhão de pessoas e que são consideradas por esse povo como um genocídio, um termo rejeitado pela Turquia.

Ontem foi realizada uma conferência de paz na qual Erdogan se referiu a este debate dizendo que seu país está disposto a abrir seus arquivos militares para que os historiadores possam descobrir a verdade sobre o que ocorreu em 1915.

A Turquia, que enviou suas condolências e mostrou respeito pelos que “perderam a vida” naqueles fatos, reduz o número de mortos a 500 mil e emoldura aquela tragédia na violência geral do conflito bélico.

De fato, Erdogan disse ontem que a tristeza da Turquia pelos armênios mortos é igual à sentida pelos quatro milhões de muçulmanos que, disse, faleceram na guerra.

Os atos de Galípoli rememoram um ataque naval seguido de um desembarque lançado por franceses e britânicos no Estreito dos Dardanelos em uma tentativa de avançar rumo a Istambul, então capital do Império Otomano, que em outubro de 1914 tinha entrado na guerra ao lado da Alemanha.

O enfrentamento seguiu até o recuo aliado em dezembro de 1915.

Cerca de 50 mil soldados de cada grupo morreram na batalha, que deixou também em torno de 200 mil feridos.

A batalha é considerada na Turquia um marco nacional já que foi nas colinas de Galípoli onde se destacou o jovem comandante Mustafa Kemal, mais conhecido como Atatürk, que oito anos mais tarde aboliu o Império Otomano e fundou a República da Turquia.

A zona se transformou em uma zona de peregrinação de cidadãos dos países que participaram da batalha e 25 de abril, quando desembarcaram os soldados do Anzac, é celebrado na Austrália e Nova Zelândia como o Anzac Day.

Entre os representantes de 60 países presentes, estarão os presidentes de 20 países. EFE

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