Turquia: fecham colégios eleitorais em jornada com baixa participação
Istambul, 10 ago (EFE).- Os colégios eleitorais da Turquia fecharam às 11h (em brasília) deste domingo, após uma jornada com uma relativa baixa participação, um dado que favorece o candidato governista à presidência do país, o primeiro-ministro Recep Tayyip Erdogan.
Cerca de 53 milhões de turcos foram chamados às urnas, mas provavelmente a participação foi bastante inferior à registrada no pleito de março (89%).
Caso nenhum candidato alcance mais de 50% dos votos, a presidência será decidida em um segundo turno, marcado para o dia 24 de agosto.
Em uma jornada que transcorreu com calma e sem incidentes importantes, vários eleitores revelaram à Agência Efe que desconfiam da apuração.
Os eleitores lembraram que nas eleições municipais de março houve cortes de luz que, na opinião da oposição, prejudicaram a apuração em bairros de maioria opositora e expressaram seu temor de que Erdogan “roube os votos que puder”.
O principal candidato opositor, Ekmeleddin Ihsanoglu, denunciou ao jornal “Hürriyet” que alguns eleitores fotografaram suas cédulas após depositá-las, supostamente para receber os favores do candidato em que votaram.
Ihsanoglu anunciou que interporá uma denúncia por estas práticas.
Além disso, o opositor qualificou a campanha eleitoral de “injusta e “desproporcional”, pelo fácil acesso de Erdogan aos recursos estatais e a cobertura midiática.
Embora a imprensa turca não possa facilitar dados de participação por conta do embargo a toda informação eleitoral, a impressão geral é que muitos eleitores não interromperam suas férias para comparecer às urnas.
A baixa participação poderia prejudicar sobretudo os dois grandes partidos de oposição, já que suas bases mostraram pouco entusiasmo pelo candidato de consenso, Ekmeleddin Ihsanoglu, a quem atribuem certo perfil religioso.
O terceiro aspirante é o jovem político curdo Selahattin Demirtas, que parece ter ganho o apoio de alguns eleitores laicos, graças a uma campanha centrada em um ideário de esquerda.
Vários eleitores declararam à Efe que simpatizam com Demirtas, mas que se decantam pelo voto “útil” e consideram Ihsanoglu o candidato com maiores oportunidades de enfrentar a Erdogan em um eventual segundo turno. EFE
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