Turquia protesta após Alemanha proibir discurso de Erdogan
A Turquia criticou nesta segunda-feira uma decisão de um tribunal da Alemanha que impediu o presidente Recep Tayyip Erdogan de discursar em uma manifestação na Alemanha que denunciava a tentativa de golpe contra o governo turco. Um diplomata alemão foi convocado a prestar esclarecimentos sobre o assunto.
O encarregado de negócios da embaixada alemã deve ir ao Ministério das Relações Exteriores turco na segunda-feira para discutir o assunto, disse uma autoridade. Ancara acusou nações europeias de não agir com firmeza em solidariedade ao governo turco contra a tentativa de golpe, que segundo o regime turco foi orquestrado pelo clérigo muçulmano Fethullah Gulen, que vive nos Estados Unidos. Gulen nega qualquer envolvimento no caso.
Milhares fizeram um protesto no domingo na cidade de Colônia, na Alemanha, para denunciar a tentativa de golpe e mostrar apoio a Erdogan. Um tribunal regional decidiu, porém, que nenhuma mensagem de fora – inclusive de políticos na Turquia – poderia ser mostrada em uma tela de vídeo durante a manifestação. Após a reunião do gabinete, o vice-premiê Numan Kurtulmus disse que a decisão alemã é contrária à liberdade de expressão.
Kurtulmus disse que os tribunais alemães geralmente decidem muito lentamente, “mas o Tribunal Constitucional Alemão proibiu nosso presidente de falar à manifestação via teleconferência em menos de 24 horas”.
O ministro das Relações Exteriores alemão, Frank-Walter Steinmeier, disse antes da manifestação que “não havia lugar na Alemanha” para quem quer que levasse “tensões domésticas da Turquia para nós na Alemanha”.
A reunião do gabinete na Turquia foi realizada um dia após um decreto do governo impor grandes mudanças nas Forças Armadas, deixando-as mais sob controle da autoridade civil. O decreto, o terceiro emitido durante a tentativa de golpe, dá ao presidente e ao primeiro-ministro autoridade para emitir ordens diretas a comandantes do Exército, da Marinha e da Aeronáutica. Também anuncia o afastamento de 1.389 militares, entre eles um assessor militar de Erdogan. Fonte: Associated Press.
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