Turquia realoca refugiados sírios após ataques da população local

  • Por Agencia EFE
  • 15/08/2014 07h03

Ancara, 15 ago (EFE).- Autoridades da Turquia começaram a transferir para outras localidades as centenas de sírios que vivem em campos de refugiados da cidade de Gaziantep, depois de moradores desta cidade atacarem membros desta comunidade e destruirem comércios e veículos de sírios.

Na quinta-feira cerca de 500 sírios foram transferidos para campos de abrigo nas províncias de Urfa e Mardin, publicou nesta sexta-feira o jornal “Hürriyet”.

O governador de Gaziantep, Erdal Ata, disse que duas mil famílias sírias serão realojadas e anunciou que em outubro estará terminado um novo campo com capacidade para 25 mil pessoas, que será utilizado pelos sírios que vivem em várias áreas.

Nos últimos dias aconteceram vários ataques contra sírios por parte de moradores de Gaziantep que deixaram pelo menos 13 refugiados feridos.

A violência começou na terça-feira à noite, depois de um grupo de sírios matar a facadas o dono do apartamento que alugavam, quando ele tentou expulsá-los.

Cerca de 50 turcos foram detidos acusados de estarem ligados a estes ataques, mas todos foram colocados ontem em liberdade.

A prefeita de Gaziantep, Fatma Sahin, pediu paciência à população local e prometeu que uma solução ao problema será encontrada.

Gaziantep, com 1,3 milhão de habitantes, é a sexta maior cidade da Turquia, a apenas 40 quilômetros da fronteira síria, e se transformou no último ano na principal cidade de abrigo dos refugiados sírios.

Segundo a prefeitura da cidade, 220 mil sírios que fugiram da guerra civil em seu país vivem na província, um quarto de todos os refugiados sírios na Turquia.

Mais de 30 mil deslocados vivem em quatro acampamentos oficiais na província de Gaziantep e o resto vive em casas alugadas, garagens e inclusive nos parques, sobrevivendo de trabalhos temporários.

A Turquia não dá status de refugiados aos sírios, mas os considera “hóspedes”: não têm residência legal, nem podem obter um emprego oficialmente, mas não são expulsos, nem impedidos de trabalhar, irregularmente, na agricultura, oficinas e fábricas. EFE

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