Turquia repudia críticas armênias sobre postura em relação ao genocídio

Istambul, 31 jan (EFE).- As autoridades turcas repudiaram neste sábado as críticas do presidente da Armênia, Serzh Sarkisian, que, sobre o cenário da polêmica pelo genocídio dos armênios, classificou como “cínico e míope” o recente convite de seu colega turco para visitar a Turquia.

Um comunicado do Ministerio das Relações Exteriores turco condena “com dureza” o tom de Sarkisian, “que não é apropriado para o dirigente de um país vizinho e nem para o representante da histórica nação armênia”, segundo o texto.

A guerra de palavras entre Ancara e Yerevan começou em meados de janeiro, quando o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, convidou o líder armênio a Istambul para uma cúpula que lembraria a batalha de Galípoli na Primeira Guerra Mundial.

Mas a data escolhida, 24 de abril – um dia antes do aniversário do ocorrido – coincide com o centenário do genocídio armênio, cuja homenagem é preparada em Yerevan e para a qual Erdogan também havia sido convidado.

A troca de acusações acirra as profundas diferenças políticas entre Turquia e Armênia em relação aos massacres de mais de um milhão e meio de armênios por tropas otomanas em 1915.

Yerevan exige que Ancara reconheça os massacres como genocídio para impulsionar uma reconciliação entre os dois países vizinhos, que continuam sem relações diplomáticas, enquanto Ancara insiste que se tratou de trágicas consequências da guerra contra a Rússia, mas não de um extermínio planejado.

Na quinta-feira, o presidente turco declarou na emissora pública “TRT” que a Turquia “pagaria por qualquer crime cometido” se uma comissão independente de historiadores estabelecesse que houve massacres com o objetivo de exterminar um povo, mas que não aceitaria a versão simplesmente por ter sido dita pela Armênia. EFE