Turquia volta a bombardear guerrilha curda no norte do Iraque
Ancara, 11 set (EFE).- As forças aéreas da Turquia voltaram a bombardear na madrugada desta sexta-feira vários refúgios da guerrilha do Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK) no norte do Iraque, informou a agência turca “Anadolu”.
A operação, na qual participaram 21 caças do tipo F-16 e F-4, conseguiu destruir um grande depósito de munição do PKK em Gare, uma montanha ao nordeste de Dohuk, a cerca de 30 quilômetros da fronteira turca.
Os bombardeios, dirigidos contra 64 alvos diferentes, conseguiram “neutralizar” pelo menos 60 supostos membros do PKK, segundo a agência, que cita “fontes de segurança”.
Além disso, nesta madrugada começou também uma ampla operação do exército contra a guerrilha nos flancos do monte Ararat, na província de Agri, na fronteira com o Irã.
Vários helicópteros do tipo Kobra e Sikorsky bombardearam a região montanhosa, não longe de onde na terça-feira passada um ataque com mina matou 14 policiais que estavam em um micro-ônibus perto da fronteira com o Azerbaijão.
Por outra parte, um jovem garçom morreu hoje em um ataque atribuído ao PKK em Diyarbakir, a “capital curda” da Turquia, quando supostos membros da guerrilha dispararam rajadas de metralhadora contra um restaurante frequentado por policiais.
Além da morte do jovem, dois civis e três policiais ficaram feridos nesse atentado, de acordo com a emissora “NTV”.
Também segue muito tensa a situação na cidade de Cizre, sob toque de recolher há oito dias, onde esta manhã cinco agentes ficaram feridos em um ataque com explosivos contra uma patrulha policial, segundo um comunicado do governador de Sirnak, província na qual se encontra a cidade.
Nesta semana já morreram mais de 20 civis nos tiroteios e bombardeios em Cizre, segundo o jornal opositor “Cumhuriyet”, citando fontes médicas da província que garantem que a situação “é inclusive pior que a que se viveu nos anos 90”, a época mais violenta do conflito curdo.
É impossível de verificar de forma independente a situação em Cizre, uma vez que a polícia não deixa entrar sequer os deputados e ministros do HDP, o partido esquerdista pró-curdo representado no parlamento com 80 cadeiras.
O presidente do HDP, Selahattin Demirtas, acusou hoje o governo de instigar o conflito para manchar o êxito eleitoral de seu partido e afirmou que a única maneira de acabar com o conflito seria por meio de negociações. EFE
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