Turquia volta a lançar bombardeios aéreos contra a guerrilha curda no Iraque

Istambul, 29 jul (EFE).- Aviões turcos bombardearam nesta quarta-feira posições da guerrilha curda no norte do Iraque, repetindo os ataques realizados desde o lançamento da campanha militar na última sexta-feira, informou a emissora “NTV”.

A operação também foi confirmada pela agência “Firat”, próxima ao ilegal Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK), que instalou seus principais quartéis generais no norte iraquiano. O Exército turco não deu declarações sobre a ofensiva.

Além disso, foram registrados na noite de ontem ataques de lança-granadas contra escritórios e complexos residenciais da polícia nas províncias de Diyarbakir e Hakkari, no sudeste do país. Segundo a emissora “CNNTürk”, não houve vítimas.

No entanto, um policial que viajava com sua família foi sequestrado por militantes do PKK em Diyarbakir, uma tática habitual dos guerrilheiros, que já capturaram outro agente na mesma estrada no último sábado.

O parlamento da Turquia realizará hoje uma sessão extraordinária para debater a campanha militar contra o PKK e o grupo jihadista Estado Islâmico (EI), que começou de forma simultânea na última sexta-feira, acompanhada de vários atos de violência no país.

O Partido Justiça e Desenvolvimento (AKP), que controla o governo apesar de ter perdido a maioria no parlamento nas eleições de junho, pretende que a sessão seja fechada ao público. A oposição defende o contrário e prefere que ela seja aberta.

Com 258 cadeiras, o AKP precisa de mais 18 para garantir a maioria absoluta. O Partido Republicano do Povo (CHP) possui 132 deputados, enquanto o Partido Ação Nacionalista (MHP) tem 80, o mesmo número do Partido Democrático dos Povos (HDP), ligado à esquerda pró-curda.

No debate, o AKP deve receber um apoio contundente do MHP à campanha militar e à operação policial contra simpatizantes da guerrilha curda. Já o CHP deve adotar uma postura mais moderada.

É possível também que seja apresentada uma proposta para retirar a imunidade parlamentar dos deputados do HDP, ideia sugerida pelo MHP e respaldado pelo próprio presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan. EFE