UA pede cessar-fogo para que negociações de paz no Burundi possam começar

  • Por Agencia EFE
  • 14/05/2015 16h44
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Adis-Abeba, 14 mai (EFE).- A União Africana (UA) pediu nesta quinta-feira um cessar-fogo para as partes em confronto no Burundi a fim de se começar as negociações de paz, após o que qualificou de uma “tentativa” de golpe de Estado contra o presidente, Pierre Nkurunziza.

“O Conselho de Paz e Segurança (da UA) condena qualquer tentativa de tomar o poder através da violência (…). Pede a todas as partes um cessar-fogo tão em breve tão breve quanto possível para iniciar o caminho das negociações”, disse a chefe deste órgão, a nigerina Diallo Amina Djibo, em uma entrevista coletiva em Adis-Abeba.

O Burundi, imerso no caos por causa dos protestos desencadeados com a decisão de Nkurunziza de buscar um terceiro mandato – o que é contra a Constituição -, vive hoje outro dia de violência e confusão no qual diferentes facções do Exército, divido entre golpistas e leais ao governo, se enfrentaram na capital.

O Conselho de Paz e Segurança (CPS), órgão supremo da UA, se reuniu hoje em sua sede na capital etíope para abordar a crise, um dia depois de um general anunciar que Nkurunziza tinha sido deposto, circunstância que o governo negou até o momento.

“O CPS esteve observando a situação no Burundi de perto e fez esforços para resolver a situação”, disse Djibo, embaixadora de Níger na UA e atual chefe deste órgão, após uma reunião a portas fechadas que terminou sem nenhuma medida sancionadora para Nkurunziza nem os golpistas.

A UA vai posicionar uma missão humanitária de forma urgente no Burundi e se reunirá com especialistas jurídicos para avaliar a situação no terreno e determinar seu tipo de ação.

A representante africana disse que o encontro analisou “todas as resoluções anteriores da UA”, que apoiam o adiamento das eleições.

Recentemente a UA advertiu que a situação de tensão no Burundi não aconselha realizar o pleito de acordo com o calendário previsto, que fixou o primeiro turno das presidenciais para o final de junho.

Djibo não se pronunciou sobre se Nkurunziza deveria deixar o poder ou retirar sua candidatura, como milhares de burundineses exigiram em grandes protestos.

Durante as últimas duas semanas, pelo menos 20 pessoas morreram nos protestos contra as intenções do presidente de concorrer a um terceiro mandato, algo que, segundo a oposição, é proibido pela Constituição burundinesa.

A candidatura de Nkurunziza gerou temor entre grandes setores da população burundinesa, que há apenas uma década saiu de uma guerra civil (1993-2005) que afundou o país e ainda afeta a sociedade. EFE

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