Ucrânia acusa secretos serviços russos de derrubar avião MH17

  • Por EFE
  • 13/10/2015 12h49
EFE/Robin Van Lonkhuijsen Presidente da Junta de Segurança da Holanda junto a reconstrução do MH17 a partir de destroços

A Ucrânia acusou nesta terça-feira (13) os serviços secretos russos de planejar a queda em julho de 2014 do avião da Malaysia Airlines com quase 300 pessoas a bordo na região de Donetsk.

“Pessoalmente, eu não tenho nenhuma dúvida que esta foi uma operação para derrubar o avião MH17 da companhia aérea malaia planejada pelos serviços secretos russos”, disse Arseni Yatseniuk, primeiro-ministro ucraniano, durante uma reunião do governo.

Yatseniuk ressaltou que o ataque “foi realizado de território controlado exclusivamente pelos guerrilheiros russos, e não há dúvida alguma que separatistas bêbados não sabem conduzir os sistemas Buk”.

“Isto significa que esses sistemas foram manuseados exclusivamente por militares russos”, comentou, antecipando que a Ucrânia apresentará hoje os resultados de sua investigação sobre a catástrofe.

O presidente ucraniano, Petro Poroshenko, abordou hoje este assunto por telefone com o primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, em reunião na qual se tratou a criação de um mecanismo para que os culpados da catástrofe se apresentam à Justiça.

A Ucrânia e as chancelarias ocidentais defendem a criação de um tribunal internacional para julgar os responsáveis da tragédia, ao que se opõem terminantemente tanto o Kremlin como os separatistas.

Desde o início, a Ucrânia acusa os separatistas pró-Rússia de abater o avião com um míssil Buk, de fabricação russa, algo que negam tanto os insurgentes como Moscou, que acusam Kiev de atacar a aeronave com um de seus caças.

O consórcio russo de defesa antiaérea Almaz-Antei, fabricante dos mísseis Buk, afirmou hoje que o míssil que derrubou o Boeing malaio foi lançado de uma cidade controlada pelas forças ucranianas.

“Podemos dizer sem dúvida nenhuma que, se o Boeing foi derrubado com um sistema antiaéreo Buk, recebeu o impacto de um míssil 9M38 lançado da cidade de Zaroschenkoye, controlada pelas forças ucranianas”, comentou um funcionário da Almaz-Antei, Mikhail Malishevski.

Esta versão, que se baseia nos resultados de uma simulação da queda do avião, contradiz as conclusões do relatório holandês divulgado hoje em Amsterdã.

“O voo MH17 caiu como resultado de uma detonação de um míssil fora do aparelho na parte esquerda da cabine de comando”, afirmou em entrevista coletiva o presidente do Conselho de Segurança da Holanda, Tjibbe Joustra.

Joustra detalhou que o míssil foi um Buk, de fabricação russa, concretamente do tipo 9N314M, disparado de uma área de 320 quilômetros na zona leste da Ucrânia, controlada por rebeldes russos.

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