Ucrânia constata início da retirada de tropas russas da fronteira

Kiev, 13 out (EFE).- A Ucrânia constatou nesta segunda-feira o início da retirada das tropas russas da fronteira, que foi ordenada no sábado pelo presidente da Rússia, Vladimir Putin, às vésperas de sua reunião com o dirigente ucraniano, Petro Poroshenko, que acontece na próxima sexta-feira.

“Foi detectado movimento e retirada nas unidades militares que se encontram em território russo, mas próximas da fronteira ucraniana”, disse Igor Lisenko, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional e Defesa da Ucrânia, em entrevista coletiva.

Lisenko destacou que “a retirada das unidades militares, especialmente de blindados e aviões, das fronteiras da Ucrânia, é um processo positivo que contribuirá para reduzir a tensão na região”.

Ao mesmo tempo, ressaltou que esse recuo “não influi na entrada, através de setores não controlados da fronteira, de mercenários que são treinados na Rússia”.

No entanto, reconheceu que essas incursões “já não são tão grandes como antes”, em alusão aos meses anteriores à trégua declarada no início de setembro.

Putin ordenou no sábado o retorno a suas bases do contingente militar que realiza exercícios na região de Rostov, próxima da fronteira com as regiões ucranianas de Lugansk e Donetsk.

“No total, são 17,6 mil efetivos que realizaram exercícios militares nos polígonos da região de Rostov”, declarou Dmitri Peskov, porta-voz do Kremlin.

Kiev sempre considerou os exercícios russos próximos de sua fronteira como uma forma de intimidação e uma fachada para reforçar com armamento e homens as fileiras das milícias separatistas pró-Rússia.

Fontes oficiais informaram hoje ao jornal russo “Kommersant” que a decisão de recuar essas tropas “tem motivações políticas” e responde ao interesse do Kremlin de preparar o terreno para a reunião entre Putin e Poroshenko na próxima sexta-feira em Milão, na Itália.

Os exercícios, nos quais participaram cerca de 50 mil efetivos desde 1º de junho, deveriam ser concluídos no dia 30 de novembro.

Atualmente, na região de conflito no leste da Ucrânia vigora um cessar-fogo, estipulado em 5 de setembro, que segundo as duas partes é cumprido em termo gerais, apesar de alguns episódios isolados de hostilidades. EFE