Ucrânia denuncia que Rússia bloqueia observadores para esconder seus atos

  • Por Agencia EFE
  • 20/03/2014 16h03

Viena, 20 mar (EFE).- O ministro das Relações Exteriores interino da Ucrânia, Andrei Deschitsa, acusou a Rússia nesta quinta-feira de bloquear o envio de uma ampla missão de observadores da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) para evitar uma avaliação independente da situação e assim esconder seus atos.

Nas duas últimas semanas, a Rússia impediu em três ocasiões que a OSCE definisse o envio de uma ampla missão de observadores à Ucrânia para avaliar a situação do respeito aos direitos humanos, à liberdade de imprensa e às minorias.

Essa missão foi “bloqueada pela delegação russa em três ocasiões”, criticou Deschitsa perante o Conselho Permanente deste organismo.

“As ações da Rússia tem todos os reflexos de ser uma tática deliberada para minar os esforços da OSCE para enviar observadores civis independentes à Ucrânia que façam uma avaliação objetiva da situação no terreno”, acrescentou.

“A Federação Russa tenta evitar a exposição (pública) de seus atos na Ucrânia” com o bloqueio dessa missão de pelo menos uma centena de observadores civis, destacou.

O chefe da diplomacia ucraniana ressaltou que a ocupação e posterior anexação da Crimeia é “a violação mais flagrante das leis internacionais na região da OSCE desde os tempos da Segunda Guerra Mundial”.

Essa “agressão” não é um assunto entre Ucrânia e Rússia, mas representa “uma prova de resistência para os alicerces das estrutura das relações internacionais”

Nessa situação, e com o bloqueio da missão, “a Rússia tomou como refém toda a OSCE”, lamentou o ministro ucraniano.

“É tempo de decidir se a OSCE pode fazer frente à prova ou encaminhar-se rumo à irrelevância”, advertiu.

Deschitsa destacou ainda que é preciso atuar com rapidez “antes que seja tarde”.

A tomada de decisões na OSCE é feita por unanimidade, motivo pelo qual o bloqueio de um país veta qualquer decisão.

A OSCE é um organismo multilateral, ao qual pertencem 57 países da América do Norte, Europa e Ásia Central, entre eles Estados Unidos, Rússia, Ucrânia e todos os países-membros da União Europeia (UE).

Suas origens estão no diálogo entre leste e oeste durante a Guerra Fria e tem como objetivos a promoção da democracia, o estado de direito, os direitos humanos, e a prevenção de crises. EFE

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