Ucrânia disposta a um cessar-fogo com condições, segundo chanceler
Kiev, 18 ago (EFE).- O governo da Ucrânia está disposto a aceitar um cessar-fogo no leste do país, mas com condições como o fechamento da fronteira com a Rússia, disse nesta segunda-feira o ministro das Relações Exteriores ucraniano, Pavlo Klimkin.
“Ontem, em Berlim, afirmamos que cada um deve fazer o que estiver ao seu alcance para fechar a fronteira, para pôr fim ao bombardeio de nosso território e para que a partir da fronteira com a Rússia não entrem gente armada, armas e armamento pesado”, disse Klimkin em entrevista à agência “Interfax-Ukraini”.
O chefe da diplomacia ucraniana resumiu a postura de Kiev em relação ao conflito armado com os separatistas pró-Rússia na reunião com os chanceleres da Rússia, França e Alemanha realizada ontem na capital alemã.
Klimkin ressaltou que a Ucrânia está decididamente a favor de um cessar-fogo real e verificável.
Mas para isso, acrescentou, a Ucrânia necessita “três coisas: que a fronteira seja totalmente segura; que a OSCE supervisione o cessar-fogo em todas partes, inclusive ao longo de fronteira, que se libertem todos os reféns e que ninguém tente capturar novos reféns”.
“Queremos que o cessar-fogo seja real e por ambas as partes. E isto será possível só se a Rússia der passos decididos para diminuir a tensão”, afirmou o chanceler ucraniano.
O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, advertiu hoje em Berlim que se o governo da Ucrânia insistir na solução militar do conflito, os esforços internacionais para se conseguir uma solução negociada à crise não darão frutos.
“Enquanto o governo de Kiev partir da base de que para se fortalecer se necessita de vitórias militares sobre seu próprio povo, não acho que sirva de algo o que estamos tentando fazer”, disse Lavrov.
O chanceler reiterou a postura de Moscou, que consiste no estabelecimento de um cessar-fogo incondicional.
“Infelizmente, nossos colegas ucranianos continuam apresentando condições -por certo, bastante vagas- que incluem, como eles dizem, o fechamento das fronteiras” russo-ucranianas, explicou. EFE
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