Ucrânia e separatistas pró-Rússia denunciam violações do cessar-fogo total
Kiev, 5 set (EFE).- O comando militar ucraniano e os separatistas pró-Rússia se acusaram neste sábado de pôr fim ao “cessar-fogo total” que entrou em vigor na terça-feira passada no leste da Ucrânia por causa do início do ano letivo.
As forças de Kiev denunciaram mais de 20 ataques contra suas posições entre ontem e a madrugada de hoje, todos, exceto um, nos arredores da cidade de Donetsk, reduto das milícias rebeldes da autoproclamada República Popular de Donetsk.
Segundo Kiev, os insurgentes empregaram artilharia pesada, tanques e morteiros em seus ataques desta madrugada contra as posições das tropas governamentais em Marinka, um subúrbio de Donetsk controlado pelas forças leais à Ucrânia.
Por sua vez, os separatistas denunciaram a morte de vários civis em ataques com artilharia contra o bairro Petrovski, em Donetsk, e contra a cidade de Alexandrovka.
Os rebeldes asseguram, além disso, que dois adolescentes de 15 e 12 anos de idade ficaram feridos ao pisar em uma mina no bairro Petrovski.
Aparentemente alheio a essas denúncias, o presidente da Ucrânia, Petro Poroshenko, celebrou hoje em Kiev “a primeira semana sem disparos no fronte”.
“Hoje se completa a primeira semana na qual não disparam no fronte, a primeira semana na qual finalmente são cumpridos os Acordos de Minsk. E essa semana é uma frágil esperança”, disse o presidente ucraniano na Academia Nacional da Procuradoria.
O Grupo de Contato para a Ucrânia, no qual os dois lados dialogam com intermediação da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE), decidiu no último dia 26 de agosto decretar um “cessar-fogo total” a partir de 1º de setembro, data na qual começou o novo ano letivo em toda Ucrânia.
Apesar dos Acordos de Minsk para a regulação do conflito assinados em fevereiro já terem instaurado um regime do cessar-fogo, as hostilidades nunca cessaram totalmente e as duas partes se acusavam quase diariamente de ataques contra suas posições e contra a população civil.
Segundo os últimos dados da ONU, cerca de 7.000 pessoas, entre civis e combatentes, morreram no leste da Ucrânia em 16 meses de conflito. EFE
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