Ucrânia e separatistas trocam prisioneiros após cancelar negociações de paz

  • Por Agencia EFE
  • 26/12/2014 16h08

Moscou, 26 dez (EFE).- As autoridades da Ucrânia e os separatistas pró-Rússia efetuaram nesta sexta-feira uma troca de prisioneiros de guerra, apesar de horas antes terem cancelado a terceira rodada de negociações de paz em Minsk.

Segundo informou a agência russa “Interfax”, Kiev trocou 150 soldados governamentais por 222 milicianos separatistas da autoproclamada república popular de Donetsk em território neutro.

A troca foi conduzida pelo emissário de Kiev, Victor Medvedchuk, e o ministro da Defesa da autoproclamada república popular de Donetsk, Vladimir Kononov, assim como por representantes da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE).

A troca de prisioneiros – sob a fórmula 225×150 – foi o único acordo alcançado na reunião realizada por Kiev e os separatistas na quarta-feira em Minsk, palco da assinatura dos acordos de paz em setembro.

As autoridades separatistas informaram que aqueles prisioneiros de guerra ucranianos que prefiram ficar e viver em zona rebelde receberão moradia e um posto de trabalho.

Por sua vez, um dos representantes da vizinha autoproclamada república popular de Lugansk, Daria Morózovz, antecipou à agência oficial russa “TASS” que uma troca similar de prisioneiros entre esse ente separatista pró-Rússia e o governo de Kiev vai acontecer no sábado.

Ambos lados decidiram cancelar hoje a reunião prevista para esta tarde na capital bielorrussa entre acusações mútuas de violação da trégua declarada no dia 9 de dezembro.

“Kiev violou a trégua e reatou o emprego de artilharia pesada contra as localidades da república popular de Donetsk. Seguramente, entramos em uma nova escalada do conflito”, disse à “Interfax” um membro da delegação separatista.

Os insurgentes exigem às autoridades ucranianas o fim do bloqueio econômico das áreas rebeldes e a entrada em vigor de um status especial para esses territórios estipulado em rodadas negociadoras anteriores.

Por sua vez, para Kiev a principal questão é o cumprimento dos acordos de paz assinados em setembro, incluindo a supervisão internacional do cessar-fogo e o controle dos trechos da fronteira russo-ucraniana em poder dos pró-Rússia.

Embora as hostilidades tenham perdido intensidade durante as últimas duas semanas, nem as forças governamentais nem as forças separatistas retiraram seu armamento pesado da zona de segurança de 30 quilômetros. EFE

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