UE acorda mais sanções por crise na Ucrânia, mas condiciona sua aplicação
Bruxelas, 9 fev (EFE).- Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia (UE) acordaram nesta segunda-feira novas sanções contra 19 pessoas e nove entidades que são consideradas responsáveis pela crise no leste da Ucrânia, mas decidiram condicionar sua aplicação à evolução dos esforços diplomáticos nos próximos dias.
“O início destas sanções pelo ataque com artilharia no qual morreram 30 pessoas e cerca de 100 ficaram feridas na cidade ucraniana de Mariupol se mantém”, afirmou à imprensa o ministro francês das Relações Exteriores, Laurent Fabius, durante o conselho de titulares das Relações Exteriores da UE realizado em Bruxelas.
“Mas a aplicação será feita a partir da situação no terreno. Concretamente faremos um balanço daqui até a próxima segunda-feira, e então veremos”, indicou Fabius em referência aos esforços diplomáticos em curso da França e Alemanha para tentar conter a crise russo-ucraniana, especialmente a cúpula de líderes desses quatro países que esperam realizar na quarta-feira em Minsk.
Os ministros das Relações Exteriores da UE deviam decidir hoje sobre a ampliação a outras 19 pessoas e nove entidades da lista negra de russos e ucranianos sancionados por seu papel desestabilizador na Ucrânia.
Em reunião prévia em 29 de janeiro, havia sido tomada a decisão de preparar novas sanções individuais contra pessoas e entidades pelo ataque a Mariupol no qual houve tantas vítimas civis.
Perante o intenso trabalho diplomático lançado pelos líderes da França e Alemanha para convencer a Ucrânia e a Rússia a apoiar um novo plano de paz, os vinte E oito realizaram finalmente um debate sobre o assunto e aprovaram as sanções, mas acordaram condicionar sua aplicação.
Assim, não houve registros de progressos nas negociações desta semana. Na próxima segunda-feira, o Conselho tomará a decisão de publicar a nova lista de sancionados – os que terão seus bens congelados e que terão a entrada na UE proibida, explicaram fontes europeias.
“As coisas começam a se movimentar”, disse Fabius, embora tenha pedido “prudência”.
Fabius explicou que hoje, após a discussão ministerial no Conselho, haverá “uma reunião de nossos secretários gerais do Ministério e de nossos diretores políticos”, e amanhã em Minsk será realizada “uma reunião de conselheiros políticos” e, “na quarta-feira, esperamos que haja a reunião em Minsk com os líderes da França, Alemanha, Rússia e Ucrânia.
“O objetivo é conseguir uma redução da tensão e a paz. Não temos certeza do resultado, é preciso seguirmos sendo prudentes, mas trabalhamos nesse sentido”, matizou Fabius.
Na opinião do líder da diplomacia francesa, “resta um caminho por percorrer”, e insistiu que “há uma série de questões” para resolver.
Para Fabius, o acordo original de Minsk assinado em setembro por ucranianos e os separatistas pró-Rússia do leste para diminuir a tensão no conflito é “o juiz de paz”.
“Depois, houve certa evolução no terreno. Mas é preciso respeitar o protocolo de Minsk”, comentou.
Fabius disse ainda “que não foram alcançados os resultados, mas estamos fazendo o máximo de esforços diplomáticos para diminuir a tensão e conseguir a paz”. EFE
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