UE acredita que conflito no Iêmen pode desestabilizar a região
Luxemburgo, 20 abr (EFE).- Os ministros das Relações Exteriores da União Europeia expressaram nesta segunda-feira a “preocupação” pela crise vivida no Iêmen e porque esse conflito pode desestabilizar toda região.
“A UE está gravemente preocupada pela situação política, de segurança e humanitária que se deteriora rapidamente no Iêmen”, declararam os ministros em conclusões, após abordar o assunto em um Conselho.
“Os últimos eventos supõe graves riscos para a estabilidade da região, em particular para a do Chifre da África, o Mar Vermelho e, de forma mais ampla, o Oriente Médio”, alertaram.
Os ministros condenaram as “ações unilaterais desestabilizadoras” empreendidas pelos houthis e as unidades militares leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh.
Os ministros pediram que estas forças “ponham fim imediatamente e incondicional à violência e que se retirem das áreas que ocuparam”, inclusive Sana e Áden, ao mesmo tempo que reafirmaram seu “apoio às autoridades legítimas do Iêmen”.
Nesse contexto, a UE celebrou a nomeação de Khaled Bahah como novo vice-presidente do Iêmen por parte do presidente, Abdo Rabbo Mansour Hadi.
Os ministros tomaram nota igualmente de que o presidente iemenita informou ao Conselho de Segurança da ONU que solicitou ao Conselho de Cooperação do Golfo e à Liga Árabe que proporcionem “apoio imediato, por todos os meios e medidas necessários, incluindo através de uma intervenção militar, para proteger o Iêmen e seu povo da contínua agressão houthi”.
Os europeus lembraram que “finalmente a solução para esta crise tem que ser política” e que a UE se mantém junto com a comunidade internacional em seu pedido de um processo político inclusivo.
Assim, pediram a todas as partes no Iêmen e em particular aos houthis que “trabalhem para resolver suas diferenças por meio do diálogo e da consulta” e um cessar o fogo.
Na mesma linha, a UE pediu à ONU que “empreenda rapidamente esforços para retomar negociações inclusivas”.
“Só um amplo consenso político através de negociações inclusivas pode proporcionar uma solução sustentável, restaurar a paz e preservar a unidade, soberania, independência e integridade territorial do Iêmen”, manifestaram os ministros.
Na sua opinião, a formação de um governo de união nacional é “a única maneira de finalizar o processo de transição e evitar o colapso financeiro e econômico e o agravamento da crise humanitária”.
Por fim, a UE reiterou seu “firme compromisso e determinação” de fazer frente à ameaça dos grupos extremistas e terroristas, como Al Qaeda na Península Arábica, para evitar que sigam aproveitando a atual situação.
Os ministros condenaram nesse sentido “nos mais enérgicos termos os recentes ataques terroristas”, em particular os perpetrados contra mesquitas em Sana e Saada -reduto esta última dos rebeldes houthis- em 20 de março.
O líder do movimento dos houthis, Abdul Malik al Houthi, advertiu que os rebeldes não se renderão e reivindicou seu direito a responder à “agressão da Arábia Saudita”, que lidera uma ofensiva aérea junto com outros Estados árabes para conter o avanço das milícias xiitas no Iêmen.
O Iêmen está imerso em um profundo conflito político, agravado desde que Hadi se retratou em fevereiro desde Áden de sua anterior renúncia e anunciou que continuava sendo o presidente legítimo do país, em oposição ao ditado pelo grupo xiita. EFE
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