UE acredita que representantes de Assad devem negociar para resolver crise
Bruxelas, 28 set (EFE).- A União Europeia (UE) insistiu nesta segunda-feira em que o presidente da Síria, Bashar al Assad, não pode fazer parte do futuro governo do país, mas ressaltou que representantes de seu regime devem participar da negociação de paz.
A chefe da diplomacia da UE, Federica Mogherini, “disse que a maneira em que Assad esteve envolvido na guerra civil faz com que seja impossível imaginar que possa fazer parte do futuro governo do país, o que não quer dizer que representantes do regime não estejam na mesa de negociação”, declarou sua porta-voz Catherine Ray na entrevista coletiva diária da Comissão Europeia.
Perguntada se a UE contemplaria a Assad em um Executivo de transição sírio, Ray afirmou que “apoiamos as diferentes propostas da ONU para conseguir uma solução pacífica da crise da Síria sentando diferentes atores ao redor de uma mesa”, mas “não podemos ser mais precisos porque é um assunto que está sendo discutido hoje”.
A porta-voz explicou que Mogherini manteve encontros à margens da Assembleia Geral da ONU com os governos do Irã, Iraque, Líbano e Jordânia.
“Os contatos diplomáticos estão em curso e vão continuar nos próximos dias”, nos quais será abordado o conflito sírio, indicou.
A porta-voz disse que Mogherini “trabalha sobre a situação síria e como contribuir para resolver esta crise, que entra já em seu quinto ano”.
Os líderes da UE pediram em sua cúpula extraordinária da quinta-feira novos esforços à ONU “para pôr fim a esta guerra que forçou 12 milhões de pessoas a deixar seus lares”.
“A posição europeia é que uma solução duradoura ao conflito só pode ser conquistada se os próprios sírios a dirigirem”, como foi dito nas duas declarações de Genebra nas quais participaram o governo sírio e a oposição enfrentada.
“Sobre todas as partes que têm influência sobre as diferentes seções sírias, é preciso fazer pressão para que a violência cesse”, concluiu Ray,
O presidente francês, François Hollande, garantiu ontem que seu país discute uma possível solução política ao conflito sírio com todas as partes sem excluir ninguém nesse processo, embora precisou que “o futuro da Síria não pode ser com Bashar al-Assad”.
Além disso, a França anunciou que realizou pela primeira vez bombardeios na Síria que destruíram “totalmente” um acampamento do grupo jihadista Estado Islâmico (EI).
A porta-voz comunitária lembrou que a UE é parte da coalizão internacional contra o EI e organizações terroristas, mas deixou claro que “não está contribuindo às atividades militares” contra eles.
“Estamos ativos em outras áreas como a humanitária, mas não na militar”, lembrou, e precisou que “todos estamos comprometidos em lutar contra o terrorismo e Daesh (EI)”. EFE
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