UE afirma que eleitores do Cazaquistão “não tiveram alternativas políticas”

  • Por Agencia EFE
  • 27/04/2015 17h52

Bruxelas, 27 abr (EFE).- A União Europeia (UE) afirmou nesta segunda-feira que “tomou nota” dos resultados preliminares das eleições presidenciais no Cazaquistão e ressaltou, que embora sem falhas administrativas, “aos eleitores não foi oferecida uma verdadeira escolha entre alternativas políticas”.

Para a UE “houve restrições significativas à liberdade de expressão, da mesma forma que no entorno dos meios de comunicação e outras restrições indevidas ao direito de voto”, disse em comunicado uma porta-voz do Serviço Europeu de Ação Exterior, dirigido pela alta representante da UE para Política Externa, Federica Mogherini.

Além disso, indicou que Bruxelas “tomou nota” dos resultados preliminares e das conclusões da Organização para a Segurança e a Cooperação na Europa (OSCE) e da Missão Internacional de Observação Eleitoral (ODIHR) sobre as eleições presidenciais realizadas no domingo no Cazaquistão.

A OSCE denunciou hoje que não houve uma autêntica oposição nas presidenciais cazaques, nas quais se revalidou o mandato do atual presidente, Nursultan Nazarbayev.

Segundo uma declaração desse organismo divulgada em Astana, isso “limitou as opções dos eleitores”, que “não tiveram uma autêntica opção entre alternativas políticas”, disse Cornelia Jonker, chefe da missão de observadores da OSCE.

Segundo os resultados oficiais divulgados hoje, Nazarbayev ganhou as eleições com 97,7% dos votos, enquanto o candidato do Partido Comunista, Turgun Sizdykov, obteve 1,6%, e o independente Abelgazi Kusainov, apenas 0,7%.

A UE assinalou que, segundo a Missão, “os preparativos eleitorais foram administrados de maneira eficiente, os prazos eleitorais foram cumpridos e as diferentes comissões estiveram abertas a observadores e meios de comunicação, mas os eleitores não tiveram uma verdadeira opção entre diferentes alternativas políticas”.

“A OSCE/ODIHR sublinharam sérias deficiências no procedimento e irregularidades durante o processo de voto, apuração e tabulação” dos sufrágios, acrescenta o comunicado.

Além disso, indica que “a UE ressalta a importância que Cazaquistão responda a todas as recomendações do relatório final da OSCE/ODIHR” sobre o pleito.

A UE também ressalta que “as autoridades cazaques têm que abordar de maneira efetiva estes erros, da mesma forma que outras irregularidades observadas” por esses dois organismos.

O bloco salienta ainda às autoridades de Astana que “isso deveria ser feito antes das eleições legislativas de 2016, de modo que se garanta que cumprem os padrões internacionais”.

Além disso, a UE considera que as autoridades cazaques têm também que “intensificar seus esforços para honrar seus compromissos internacionais sobre os princípios democráticos e os direitos humanos”.

Ao mesmo tempo assinalam que a antiga república soviética “é um parceiro-chave para a União Europeia, que está preparada para continuar apoiando a iniciada das reformas que reforcem a democracia no Cazaquistão”. EFE

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